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O que aumenta o risco de um paciente com coronavírus voltar ao hospital

Em um estudo, quase 10% das pessoas com Covid-19 que visitaram o pronto-socorro e foram dispensadas retornaram para lá depois

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 25 set 2020, 18h07 - Publicado em 25 set 2020, 16h32
complicações do coronavirus
 (Ilustração: Méuri Elle/SAÚDE é Vital)
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Entre os infectados com coronavírus (Sars-CoV-2) que vão ao pronto-socorro e recebem alta, 8,6% retornam ao hospital até sete dias depois por causa do agravamento dos sintomas. Ter mais de 40 anos e apresentar baixa oxigenação do sangue ou febre na primeira visita estão entre os fatores que favorecem essa recaída.

O achado foi feito pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, a partir dos dados de 1 400 pacientes atendidos entre março e maio. Todos compareceram ao pronto-socorro com suspeita de Covid-19 e foram dispensados após um atendimento emergencial — testes subsequentes confirmaram a presença da doença.

De acordo com o estudo, 4,7% desses indivíduos precisaram de hospitalização apenas três dias depois da primeira alta. Outros 3,9% voltaram até uma semana depois. Juntos, os números chegam a 8,6%.

Em comunicado à imprensa, Austin Kilaru, médico autor da pesquisa, diz que essa frequência de retorno é duas vezes maior do que a observada em outras enfermidades. Para ele, trata-se de um sinal de atenção.

“Isso não indica que os médicos do pronto-socorro estão tomando decisões erradas. Mas a Covid-19 pode ser imprevisível e se agravar rapidamente. Daí a necessidade de instruir bem o paciente a monitorar seus sintomas, especialmente os que sugerem maior risco de agravamento”, afirma.

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A própria universidade possui um sistema baseado em mensagem de textos que realiza checkups diários com as pessoas afetadas pelas Covid-19. Isso para verificar se há indícios de piora na situação.

Fatores que predispõem a segunda internação

De acordo com a investigação, indivíduos acima de 60 anos estavam cinco vezes mais propensos a voltarem ao hospital. Entre os 40 e 59, o risco era três vezes maior. Isso tudo em comparação com voluntários de 18 e 39 anos.

A presença de febre na primeira ida ao pronto-socorro foi ligada a um risco três vezes maior de hospitalização subsequente. Já baixa oxigenação do sangue — medida por meio do oxímetro —, essa probabilidade foi cerca de quatro vezes mais elevada. Alterações no raio-x do tórax também sinalizam uma chance maior de ser readmitido no hospital.

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Por fim, quando os cientistas compararam raça e gênero, não encontraram diferenças nas taxas. Isso é importante porque pessoas negras estão mais sujeitas a complicações de Covid-19 — mas não em decorrência de fatores biológicos, aparentemente. “A disparidade é estrutural, relacionada à maior taxa de infecções e às diferenças no acesso à saúde”, concluiu Kilaru.

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