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O que é arsênio, veneno encontrado em bolo que matou três pessoas no RS

Encontro terminou em tragédia após contaminação do alimento. Polícia trabalha com hipótese de homicídio e diz que veneno teria sido misturado à farinha

Por Maurício Brum Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
7 jan 2025, 13h49
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Bolo foi servido em reunião familiar na antevéspera de Natal. As três vítimas passaram mal imediatamente e morreram em poucas horas (./Reprodução)
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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou, no começo desta semana, que as pessoas de uma mesma família que morreram após comer um bolo em dezembro foram envenenadas com arsênio. Segundo as investigações, a substância altamente tóxica foi misturada à farinha utilizada na preparação do alimento.

Uma mulher identificada como Deise Moura dos Anjos foi presa, suspeita de ser a responsável pela contaminação, que levou à morte de três pessoas e à internação de outras três.

Ela é nora de Zeli dos Anjos, a mulher que preparou o bolo para a reunião familiar, e teria uma desavença antiga com a sogra. Zeli sobreviveu, mas segue internada.

+Leia também: Intoxicação exógena: sintomas, primeiros socorros e possíveis tratamentos

O que é o arsênio?

O arsênio é uma substância semimetálica encontrada na natureza e, combinado a outros produtos, tem sido usado há milênios com diferentes fins, da produção de bronze e vidro à conservação de madeira. No entanto, ele é altamente tóxico, o que tornou sua utilização mais corriqueira na produção de venenos e pesticidas.

Quando usado em venenos, ele é mais conhecido como arsênico, com C, nome popular do trióxido de arsênio, composto tipicamente empregado para esse fim. Em doses controladas e sempre com o devido acompanhamento profissional, o trióxido de arsênio também faz parte de alguns tipos de quimioterapia.

Devido ao grande risco de contaminação acidental, que pode ser fatal, o arsênico tem venda controlada no Brasil e é proibido como raticida.

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Como funciona o envenenamento por arsênio?

Casos de envenenamento por arsênio ocorrem quando é ingerida uma grande quantidade do composto. É comum que isso ocorra de forma súbita, em um único episódio, mas a contaminação também pode ocorrer aos poucos por exposição continuada.

Devido à restrição da venda do veneno, é menos comum a ingestão do arsênio dessa forma. Os casos mais frequentes envolvem o consumo de água de fontes contaminadas com a substância, ou se alimentar com produtos que foram acidentalmente comprometidos pela exposição ao arsênio — como, por exemplo, em algum processo industrial que utiliza o produto.

Há indícios de que algumas pessoas teriam uma resistência maior ao veneno do que as outras, provavelmente devido a questões genéticas. No entanto, até que ocorra uma intoxicação (potencialmente fatal), é impossível ter certeza. O envenenamento por arsênico costuma provocar respostas imediatas e violentas do organismo, como vômito, diarreia e dores no peito e no abdômen, podendo matar em poucas horas.

Já a exposição continuada ao arsênio não necessariamente provoca uma reação perceptível no curto prazo, mas propicia o desenvolvimento de doenças crônicas e cânceres. A intensidade do problema varia conforme o tempo de exposição e as doses recebidas por cada pessoa.

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Entenda o caso

O episódio ocorreu em 23 de dezembro em Torres, no litoral gaúcho. Em uma reunião familiar na antevéspera de Natal, várias pessoas começaram a se sentir mal imediatamente após comer um bolo preparado por Zeli dos Anjos. Três delas acabaram morrendo em um intervalo de poucas horas.

Após as investigações, a polícia concluiu que se tratava de um caso de envenenamento por arsênio, e identificou a aparente origem do veneno: a farinha usada na preparação do bolo. Relatos dos sobreviventes apontam que os familiares sentiram um gosto estranho no alimento antes de passar mal.

A polícia apontou Deise Moura dos Anjos, nora de Zeli, como a principal suspeita por contaminar a farinha, sem conhecimento da sogra, que seria o alvo do crime. Deise foi presa preventivamente no dia 5 de janeiro.

Ainda não se sabe quando o veneno teria sido misturado ao produto. Três meses mais cedo, em setembro, o marido de Zeli havia falecido pelo que, à época, foi identificado como um “choque pós-intoxicação alimentar”. A polícia pediu a exumação do corpo para verificar se ele também não foi envenenado.

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