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Os estágios do câncer de pulmão e o tratamento em cada um

Um tumor inicial nesse órgão é muito diferente de um avançado. Veja as diferentes fases da doença e por que é tão importante fazer o diagnóstico precoce

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 27 ago 2019, 19h12 - Publicado em 29 ago 2018, 13h43
qual o tratamento para câncer de pulmão, dependendo do estágio
Cada estágio do câncer de pulmão tem suas particularidades (Ilustração: Pedro Hamdan/SAÚDE é Vital)
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É bom lembrar, principalmente no Dia Nacional de Combate ao Fumo, que até 90% dos casos de câncer de pulmão são provocados pelo tabaco, esteja ele no cigarro, no narguilé ou onde for. Mas a verdade é que esse tipo de tumor, não importa sua causa, torna-se bem mais agressivo quando detectado em estágios avançados.

Agora, o que são esses tais estágios do câncer? “São formas de categorizar a doença conforme sua evolução no corpo. Quanto mais ela avança, mais grave costuma se tornar”, define o oncologista Marcelo Cruz, membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado Pela Vida, organização que organiza a campanha #RespireAgosto.

Após o diagnóstico, os médicos fazem o chamado estadiamento do câncer, que justamente serve para definir o estágio em que ele está. São, na verdade, muitas variáveis incluídas, que variam para cada tipo de tumor.

No entanto – e com a ajuda do oncologista Marcelo Cruz –, definimos os quatro estágios básicos do câncer de pulmão. Confira:

Estágio 1

Em geral, são tumores pequenos. No caso do pulmão, não passam de dois ou três centímetros.

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Mais importante do que isso, esses nódulos estão restritos ao órgão em que nasceram. Não há qualquer evidência clínica de que tenham se espalhado mesmo para os linfonodos (pequenas estruturas que filtram substâncias nocivas e contém células de defesa a postos).

O tratamento, aqui, é principalmente cirúrgico. Às vezes, a quimioterapia e radioterapia entram em cena para minimizar o risco de células cancerosas indetectáveis sobreviverem ao bisturi e, então, voltarem a se replicar.

Segundo Cruz, cerca de 70% dos pacientes que fazem o diagnóstico nessa etapa sobrevivem cinco anos ou mais.

Estágio 2

A maior diferença, aqui, é a presença de células cancerosas em linfonodos da região do pulmão e do tórax. Isso sinaliza que a doença já está se tornando mais agressiva, com potencial para viajar a partes distintas do corpo.

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A cirurgia segue muito importante. Porém, já ganha a companhia da químio com maior frequência. Entre 40 e 50% dos indivíduos que flagram o problema nessa fase vivem mais de cinco anos, de acordo com Marcelo Cruz.

Estágio 3

É o primeiro estágio considerado avançado. “Aliás, cerca de 70% dos diagnósticos de câncer de pulmão são feitos nessa fase ou no estágio quatro”, afirma Cruz.

Por quê? Ora, antes disso os sintomas do tumor são bem genéricos ou sequer dão as caras. Os sinais mais consagrados dessa encrenca são: tosse frequente e que não para, falta de ar, dor no peito, sangue ao escarrar.

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De qualquer forma, o câncer de pulmão em estágio três costuma se disseminar para um número maior de linfonodos – e pode ser mais volumoso.

O tratamento só com cirurgia, dada a extensão do problema, é praticamente descartado. Não é que esse procedimento sai de cena. Contudo, radioterapia, quimioterapia e até drogas mais modernas, pertencentes à terapia-alvo ou à imunoterapia, viram protagonistas.

“Estima-se que em torno de 30% dos pacientes com câncer de pulmão nessa fase sobrevivem mais de cinco anos”, calcula Cruz.

Estágio 4

Não dá pra negar que é o mais grave. Aqui, o câncer se espalhou para outros órgãos. Ou seja, ele pode ter chegado a fígado, ossos, cérebro…

Como já teve um bom tempo para crescer e aparecer – e sofrer mutações –, a doença nessa etapa tende apresentar o que os especialistas chamam de heterogeneidade tumoral. Em outras palavras, uma célula cancerosa se torna diferente de outra célula cancerosa. E isso dificulta demais o tratamento (ora, o remédio que funciona em uma pode não surtir efeito na outra).

Além disso, o fato de os nódulos malignos estarem por toda a parte praticamente anula a chance de cirurgias curativas. Nesses cenários, o bisturi é empregado mais como forma de controle do câncer e de manejo dos sintomas.

Usualmente, emprega-se quimioterapia e, às vezes, radioterapia. Acontece que, nos últimos anos, a chegada da terapia-alvo e principalmente da imunoterapia trouxe novas esperanças para esses pacientes mais graves.

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Os dados atuais dão conta de que mais ou menos 5% das pessoas com câncer de pulmão em estágio quatro vivem mais que cinco anos. “Mas há estudos mostrando que 16% dos voluntários que responderam à imunoterapia viveram ao menos mais cinco anos após o diagnóstico”, compara Cruz.

Sim, você pode achar que esse número ainda é baixo. Mas se trata de uma mudança enorme na oncologia. E que, com os avanços da ciência, tem tudo para subir ainda mais.

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