Por que a mais nova versão da Barbie tem diabetes tipo 1
Doença que afeta principalmente crianças e adolescentes ganha novo símbolo em busca de representatividade

Boneca mais famosa do mundo, a Barbie acaba de ganhar novos acessórios, que são um tanto quanto curiosos. É preciso dizer que não estamos falando de brincos, de pulseiras ou do cinto da temporada. O vestuário da mais nova versão do brinquedo inclui equipamentos médicos para pessoas com diabetes tipo 1.
Anunciado na terça-feira, 8, o lançamento promove, segundo a marca, a representatividade e o senso de inclusão e empatia. E tudo foi pensado nos mínimos detalhes, especialmente o design da boneca. Para isso, a empresa fez uma parceria com a Breakthrough T1D, principal organização global de pesquisa e defesa do diabetes tipo 1.
“É importante que crianças e adolescentes se identifiquem com suas ‘tribos’. Então, nada melhor do que ter uma referência de alguém semelhante ao perfil das pessoas portadoras de diabetes. Por outro lado, as crianças que não têm diabetes vão poder observar e entender que um coleguinha tem e precisa de cuidados especiais”, afirma o médico Clayton Macedo, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
+ Leia também: Adoçante natural stevia pode ser boa opção para pessoas com diabetes
O diabetes tipo 1 é uma doença crônica e hereditária, com pico de incidência em crianças e adolescentes na faixa dos 10 a 14 anos. A condição envolve a destruição das células do pâncreas associadas à produção e secreção de insulina, levando a uma deficiência do hormônio no corpo.
Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que ocorram 25,6 casos por 100.000 habitantes a cada ano no Brasil, considerada uma incidência elevada. Para o tratamento, os indivíduos precisam utilizar insulina diariamente, com o objetivo de regular os níveis de glicose no sangue. A adesão ao cuidado é essencial para evitar complicações.
A nova versão da Barbie reflete com precisão o conjunto de dispositivos médicos adotados pelos pacientes na vida real. Vamos aos detalhes do modelo:
A boneca conta com um monitor contínuo de glicose no braço fixado com uma fita médica em formato de coração. No celular, um aplicativo do monitor também auxilia no acompanhamento do indicador.
+ Leia também: Doenças raras em crianças: a importância do diagnóstico precoce
O brinquedo tem uma bomba de insulina, um pequeno dispositivo vestível, que possibilita a dosagem automática do hormônio presa à cintura. Na bolsa, além dos itens essenciais de uma boneca elegante, aparecem também suprimentos para a doença e lanches.
Por fim, o figurino escolhido – que também não é por acaso. A cor azul e a estampa circular são referências aos símbolos globais que representam a conscientização sobre o diabetes.
A Barbie também homenageou dois modelos globais e defensores do diabetes tipo 1 – a instrutora da Peloton, Robin Arzón, nos Estados Unidos, e a modelo Lila Moss, no Reino Unido – com suas próprias bonecas exclusivas.