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Poucas brasileiras sabem que ser mulher é fator de risco para osteoporose

Pesquisa internacional revela como a doença que abala os ossos ainda é cercada de desconhecimento, o que afeta o diagnóstico e o tratamento

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 19 abr 2020, 19h23 - Publicado em 4 nov 2019, 18h38
osso com osteoporose de mulher
Ossos quebrados em decorrência da osteoporose são mais comuns entre mulheres. (Foto: Sebastian Kaulitzki/Getty Images)
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A osteoporose, que provoca a perda de massa óssea, afeta uma a cada três mulheres e um a cada cinco homens após os 50 anos de idade. Mas parece que pouca gente está ciente dessa predileção da doença pelo sexo feminino, segundo uma pesquisa da KRC Research encomendada pela farmacêutica Amgen.

O levantamento escutou quase 6 mil mulheres de nove países em 2018. Austrália, Canadá, França, Alemanha, Japão, México, Espanha, Estados Unidos e, claro, o Brasil foram incluídos.

Apesar de 70% das 512 brasileiras entrevistadas já terem ouvido falar de osteoporose, apenas 7% sabiam que o sexo feminino é um fator de risco por si só. Na média mundial, esse número subiu para 25% (ainda baixo, porém mais de três vezes maior).

“Apesar do conhecimento geral sobre a doença ter avançado, precisamos preencher lacunas no Brasil e no mundo”, comenta Ben-Hur Albergaria, ginecologista e vice-presidente da Comissão Nacional de Osteoporose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

O estudo também mostrou que 67% das respondentes nunca tinham conversado sobre osteoporose com um médico. Talvez por isso, 44% acreditavam que tomar suplementos de cálcio é o suficiente para barrar a osteoporose — na verdade, o que mantém a saúde do esqueleto é um conjunto de medidas, como mencionaremos mais abaixo.

Os ossos das mulheres

Elas estão mais sujeitas à osteoporose por dois motivos. “Primeiro porque atingem um pico de massa óssea na adolescência menor do que o dos homens”, explica Albergaria. É essa espécie de poupança que será usada no futuro, quando o corpo começa a perder osso mais rapidamente e fabricá-lo em menor escala.

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“Fora que, na menopausa, o nível de estrogênio, um hormônio sexual que protege os ossos, cai”, continua o médico. Diante dessa tendência natural, o ideal é fazer um acompanhamento preventivo ao se aproximar dessa fase da vida. A densitometria óssea, um exame simples, ajuda bastante nesse sentido.

A importância de falar sobre a osteoporose

Estamos falando de uma enfermidade silenciosa na maioria das vezes. “A pessoa passa décadas perdendo massa óssea sem saber. Até que ocorre uma fratura”, destaca Albergaria.

Mesmo quando a quebra acontece, a osteoporose pode continuar despercebida. Estima-se que até 80% das mulheres com uma fratura de fragilidade (aquelas que ocorrem por um trauma mínimo, como um tombo leve) não recebem o diagnóstico ou o tratamento adequado para impedir uma nova lesão.

Se descoberto no início, o problema tem um tratamento simples e eficaz, capaz de reduzir em 90% o risco de fratura das vértebras e em 54% nos outros ossos, informa a Febrasgo.

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Atualmente, dez milhões de indivíduos possuem um esqueleto enfraquecido no Brasil. Em virtude do aumento na expectativa de vida, especula-se que, até 2050, o número de fraturas pode crescer até seis vezes.

Calcule seu risco

Falamos de mulheres aqui, mas vale destacar que homens e até adolescentes também sofrem de osteoporose. Além do sexo, entram na lista de possíveis causas:

  • Idade (ter mais de 50 anos)
  • Histórico familiar
  • Tabagismo
  • Alto consumo de álcool
  • Sedentarismo
  • Deficiência de cálcio e vitamina D

Para ajudar a conscientizar sobre a doença e flagrar mais cedo possíveis casos, a Febrasgo lançou, em parceria com a International Osteoporosis Foundation, uma calculadora de risco de desenvolver osteoporose.

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A ferramenta está disponível online. Clique aqui para acessar.

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