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Produtos químicos podem influenciar no seu peso

Conhecidos como disruptores endócrinos, compostos presentes em plásticos, itens de higiene e combustíveis fósseis estão relacionados ao excesso de barriga

Por André Biernath
Atualizado em 26 jun 2018, 13h33 - Publicado em 22 set 2016, 10h59
Alex Silva
Alex Silva (/)
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Um estudo do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo levantou todos os trabalhos científicos que estabelecem uma relação entre substâncias industriais que fazem parte de nosso cotidiano com a facilidade de ganho de peso. Segundo sua conclusão, determinados itens estão realmente relacionados com a obesidade.

Esses produtos recebem o nome de disruptores endócrinos, justamente por sua capacidade maléfica de alterar o funcionamento de algumas glândulas (caso da tireoide e do pâncreas) e bagunçar a produção de hormônios como a leptina e a insulina, relacionadas ao balanceamento e aproveitamento dos nutrientes da dieta.

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Segundo a pesquisa, apresentada ontem durante o Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, na Costa do Sauípe, na Bahia, tais substâncias são perigosas para bebês que estão na barriga da mãe ou nos primeiros meses após o nascimento. É que nesses períodos o corpo ainda está se formando e fica mais suscetível às influências externas.

A ação dos disruptores nessa fase da vida, conclui a revisão, ajudaria a determinar uma maior propensão a desenvolver dilemas com a balança para o resto da vida, além de outras doenças como o diabete tipo 2.

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Mas, diante de um cenário tão preocupante, o que fazer? A primeira coisa é adotar hábitos de consumo consciente, como descartar corretamente materiais indesejáveis, evitar exageros na hora das compras e procurar reduzir o uso de componentes plásticos comprovadamente prejudiciais, como aqueles que contêm bisfenol A.

Aliás, por lei, as empresas devem informar o uso desse composto químico na embalagem. Também vale cobrar das autoridades atitudes mais firmes que protejam lagos, rios e florestas de contaminações. Apostar numa vida sustentável não significa apenas uma tentativa de salvar a Amazônia do colapso. O equilíbrio do meio ambiente determina, em grande parte, nosso estado de saúde.

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Confira, abaixo, a lista de disruptores endócrinos citada pela revisão:

Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos
Onde estão: na queima incompleta de combustíveis fósseis
Acusados de: aumentar a concentração de gordura inflamatória visceral

Tributil-estanho
Onde está: fungicida em tintas e componentes de cloretos de polivinil
Acusado de: aumentar a concentração e a diferenciação de células de gordura

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Bisfenol A
Onde está: plásticos e resinas
Acusado de: prejudicar a ação do hormônio estrogênio e inibir a proliferação de determinadas células neurais

Bifenil policlorados
Onde está: refrigerantes, plastificantes, colas e retardadores de chamas
Acusado de: alterar a função da tireoide e o metabolismo em geral, além de promover a acumulação de células de gordura

Ftalatos
Onde estão: plastificantes, colas e produtos de cuidados pessoais
Acusados de: aumentar a taxa de proliferação das células de gordura, os adipócitos

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Perfluorados
Onde estão: componentes lubrificantes, revestimentos antiaderentes e compostos resistentes a manchas
Acusados de: aumentar os níveis de insulina e leptina no sangue

O jornalista viajou para o Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia a convite da farmacêutica Novo Nordisk

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