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Quais os principais equipamentos usados no tratamento da Covid-19?

Da ECMO aos cateteres nasais, veja os dispositivos que ajudam a tratar os casos moderados a graves de infecção pelo coronavírus

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 12 abr 2021, 12h14 - Publicado em 8 abr 2021, 13h38
Desenho de respirador colocado em pessoa deitada, com fundo vermelho
Os respiradores mecânicos são fundamentais para os casos mais graves de coronavírus. (Ilustração: André Moscatelli/SAÚDE é Vital)
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Os casos moderados ou graves de Covid-19 podem exigir equipamentos que oferecem oxigênio para o organismo de uma forma ou de outra. A ECMO (oxigenação por membrana extracorpórea) ganhou destaque após a sua utilização pelo humorista Paulo Gustavo, mas a verdade é que há outros diversos dispositivos capazes de beneficiar os pacientes.

“Quando há comprometimento extenso dos pulmões, iremos necessitar até de diferentes equipamentos, que progressivamente ofertarão maiores concentrações de oxigênio”, relata o médico intensivista Domingo Vicente Rodriguez López, coordenador da Unidade de Terapia Intensiva Multidisciplinar do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.

Conheça abaixo os principais dispositivos usados no tratamento da infecção pelo coronavírus, como eles funcionam e em que momento são utilizados.

Cateter nasal

É a primeira opção para quem chega ao hospital com falta de ar leve ou moderada. “Consiste em um sistema de pequenos tubos ligados a uma fonte de oxigênio com duas aberturas que são adaptadas às narinas da pessoa”, explica López.

Como o cilindro de oxigênio é acoplado diretamente ao equipamento, o próprio pulmão que faz o trabalho de puxar o ar para dentro. O modelo mais comum é o do “tipo óculos”, devido à forma como é colocado nas orelhas.

Máscaras faciais

Aqui, os pulmões seguem tendo de trabalhar para puxar o ar. Contudo, as máscaras faciais — parecidas com aquelas de inaladores domésticos — aumentam o fluxo de oxigênio. São uma opção para quando o cateter nasal não dá conta do recado.

Elas podem ser acopladas diretamente a um cilindro de oxigênio por um cabo fino, ou do tipo Venturi. “Esse último modelo possui um sistema de válvulas que garante o controle mais apurado da fração do gás fornecido, evitando os efeitos nocivos”, acrescenta o especialista.

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Essa opção rebuscada é ideal para aqueles indivíduos que estão passando pelo desmame de O2. Eles vêm melhorando, mas ainda não podem abdicar do suporte de equipamentos.

Há uma terceira alternativa, chamada de máscara não reinalante. Ela possui uma bolsa na frente, onde fica armazenado o oxigênio que vem do cilindro. Ao contrário das outras, essa estrutura impede o internado de inalar o gás carbônico que ele mesmo expirou.

Cateter nasal de alto fluxo

É, digamos, uma versão 2.0 do cateter nasal, que fornece ainda mais oxigênio através de dutos com um diâmetro maior ligados ao nariz.

“Essa tecnologia permite administrar uma mistura de ar aquecido e umidificado com diferentes níveis de concentração de O2. Além do fluxo elevado, há uma maior comodidade e aceitação”, conta López.

Tanto esse dispositivo como os próximos que citaremos são empregados quando a Covid-19 é mais grave e provocou danos para além dos pulmões.

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Ventilação não invasiva

Aqui começamos a falar de respiradores mecânicos. Esses equipamentos geram uma pressão que joga o oxigênio dos cilindros para dentro dos pulmões. Entretanto, na ventilação não invasiva, os médicos não fazem a chamada intubação.

“Usamos distintas interfaces, como as próprias máscaras nasais e faciais ou os capacetes, conhecidos como helmets [palavra que significa capacete em inglês]“, relata López.

Os tais helmets lembram um capacete de astronauta com cabos acoplados ao respirador. O paciente basicamente o coloca na cabeça, sem necessidade de tubos no nariz ou máscaras. A técnica faz com que o oxigênio chegue rapidamente aos pulmões.

E, na hora de comer, a pessoa só precisa abrir uma espécie de portinha na frente. É uma vantagem em comparação com as máscaras.

Ventilação mecânica invasiva

O respirador é similar ao do tópico anterior. A diferença é que, nessa situação, os médicos intubam o doente. Um tubo é inserido pela boca e vai até a altura da traqueia. A ideia é jogar o oxigênio o mais diretamente possível aos pulmões, para facilitar o seu trabalho. É, claro, um recurso para os casos críticos.

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Para não causar desconforto, essa operação é feita com o indivíduo sedado. E assim ele permanece até que seja extubado.

“A ventilação mecânica é uma técnica que exige conhecimentos complexos”, comenta López. Daí porque se fala tanto da necessidade de intensivistas que saibam lidar com esses quadros mais severos para aumentar as chances de recuperação.

López explica que o método pode ser bastante personalizado, de acordo com características individuais e a gravidade da doença. “Mas, em alguns casos, nem esses ajustes são suficientes. Aí utilizamos outros recursos, como a posição prona, na qual o paciente é colocado de bruços, aumentando a área ventilável do pulmão”, conclui.

Oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO)

Uma alternativa disponível em alguns hospitais do Brasil caso o intubamento não esteja surtindo efeito é a oxigenação por membrana extracorpórea.

O cirurgião cardiovascular Diego Gaia, responsável pelo time de ECMO institucional do Hospital Santa Catarina, conta que o equipamento visa oxigenar o sangue por uma via alternativa, externa, que não dependa de pulmões bastante abalados.

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Funciona assim: o indivíduo é conectado a uma máquina com dois tubos. Um entra com uma agulha pela virilha, que puxa o sangue sem oxigênio para fora do corpo. “O líquido então passa pela bomba, que é o que chamamos de membrana extracorpórea, onde é feita a troca dos gases. Ela remove o CO2 e injeta O2”, informa Gaia.

Depois, o sangue volta para o corpo por outro duto, que é conectado ao pescoço. “Assim, mesmo que o pulmão não esteja funcionando direito, a máquina consegue oxigenar o organismo”, arremata o cirurgião.

A ECMO pode ajudar bastante, porém a lista de contraindicações não é pequena. Só uma avaliação detalhada é capaz de verificar quando ela vale mesmo a pena.

Apesar da eficiência alta, o acesso ainda é limitado. Além de estar disponível basicamente na rede privada e em alguns hospitais universitários, a técnica demanda uma equipe multidisciplinar especializada.

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