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RS já tem 5 mortes por leptospirose: por que ela pode ser fatal?

Estado ainda se recupera das enchentes e tem mais de 2 mil casos suspeitos da infecção que normalmente é transmitida por ratos

Por Maurício Brum
29 Maio 2024, 14h15
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Operações de resgate e limpeza durante e após a inudação aumentam a chance de contrair a bactéria Leptospira (Giulian Serafim/Prefeitura Municipal de Porto Alegre/Divulgação)
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Após as devastadoras enchentes que afetaram quase todo o Rio Grande do Sul ao longo do mês de maio, as águas começaram a baixar em grande parte do estado. Agora, as autoridades sanitárias gaúchas reforçam os alertas à população para o risco da leptospirose, que já deixou 5 mortes confirmadas no RS até o momento.

Segundo um boletim atualizado diariamente pela Secretaria Estadual de Saúde do RS, o estado registrava 2.327 casos suspeitos da infecção até 28 de maio. Além dos óbitos confirmados, outros 9 estavam em investigação.

Leptospirose: quais são os sintomas para ficar atento

Os sintomas da leptospirose são parecidos com os de outras infecções: febre, dores de cabeça e musculares, náuseas, vômitos e diarreias. Por isso, mais do que os sintomas, é fundamental considerar o histórico do paciente — se ele esteve ilhado em uma área alagada ou ajudou nos resgates nesses locais, por exemplo.

Em geral, quando um quadro sintomático surge após a pessoa passar algum tempo em contato com a água da inundação, a tendência é que seja mesmo um caso de leptospirose, especialmente se outras infecções do tipo estão sendo notificadas na região. Vale lembrar que a incubação é longa: os sintomas podem levar até um mês para aparecer.

Por isso, a recomendação é não deixar de procurar atendimento ao notar indícios de adoecimento. “Mexeu na lama, andou na água da enchente e teve sintomas de leptospirose? Procure um atendimento de saúde, pois tem tratamento e temos medicações suficientes”, orientou a secretária de Saúde do RS, Arita Bergmann, em um vídeo nas redes sociais.

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Por que a leptospirose pode matar?

Estima-se que, em cerca de 15% dos casos, a leptospirose progrida para a chamada fase tardia, quando começam a surgir sintomas sistêmicos mais graves. Qualquer paciente com a doença que não tenha iniciado o tratamento está em risco, mas o perigo é maior para aqueles com algum comprometimento imunológico.

Quando há essa evolução desfavorável, a infecção bacteriana começa a afetar os órgãos e prejudicar suas funções. As complicações potencialmente fatais mais comuns envolvem quadros de hemorragia e comprometimento pulmonar. Ela também pode levar a falência hepática e renal.

Como a leptospirose é contraída

A leptospirose é transmitida pelo contato direto ou indireto com a urina de animais infectados pela bactéria Leptospira.

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Esse animal geralmente é o rato, o que faz com que o risco aumente em situações de enchente devido ao extravasamento das redes de esgoto, onde os roedores vivem em grandes números.

Nesse contexto, o caminho principal de contágio é pelo contato da água contaminada com feridas abertas na pele ou mucosas. No entanto, também é possível contrair leptospirose através da pele sem ferimentos, caso a pessoa fique imersa por longos períodos.

O tratamento é feito com antibióticos, conforme orientação médica, já que o tipo de fármaco e o tempo de uso podem variar de acordo com o estágio da doença.

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Confira abaixo outros conteúdos de VEJA Saúde sobre leptospirose e doenças que podem ser contraídas durante enchentes:

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