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Você sabe qual é a sua pressão ocular, chave para prevenir o glaucoma?

Essa doença é a principal causa de cegueira evitável no mundo. Para preservar a visão, é crucial avaliar a pressão ocular – exame é rápido e indolor

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 14 abr 2023, 15h55 - Publicado em 14 abr 2023, 12h51
glaucoma
A hipertensão intraocular é uma das principais causas do glaucoma, doença grave que reduz a visão, gradualmente, até levar à cegueira. (Foto: Paul Skorupskas/Unsplash/Divulgação)
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Ao consultar um oftalmologista, você já teve a pressão intraocular avaliada? Pois saiba que mantê-la sob controle é uma das principais maneiras de prevenir o glaucoma, doença grave que pode reduzir a visão gradualmente, até causar cegueira (e de forma irreversível).

Para conscientizar sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Glaucoma lançou uma campanha que incentiva a população a saber a sua PIO, sigla para pressão intraocular.

A PIO é regulada pelo entra e sai de um líquido chamado humor aquoso. Ele leva nutrientes para a córnea (membrana fina e transparente que recobre o olho) e a íris (a área colorida) e, depois, é reabsorvido pelo organismo.

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Quando esse sistema de filtragem deixa de funcionar, o líquido se acumula e pressiona o nervo óptico.

Fora de controle, essa pressão causa lesões no nervo de forma gradativa. Quando a visão passa a ser afetada, significa que o glaucoma está se instalando.

Aos poucos, a pessoa vai perdendo a visão periférica e, caso não seja tratada, a habilidade de enxergar pode ser comprometida de maneira definitiva.

O tratamento adequado possibilita a interrupção desse processo, mas não dá para reverter aquilo que já foi perdido. Daí porque é tão importante investigar a pressão intraocular e diagnosticar precocemente algum desvio nesse aspecto.

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O exame ganha ainda mais relevância se levarmos em conta que o glaucoma não provoca sintomas. Muitos só vão descobri-lo em uma fase avançada.

Não à toa, estima-se que a doença acometa de 2% a 3% da população brasileira acima de 40 anos, ou seja, mais de 1,7 milhão de pessoas.

O drama não é só nosso, segundo projeção da Associação Internacional de Prevenção da Cegueira. O órgão indica que, em 2040, o total de pacientes com glaucoma em todo o mundo chegará a 111,8 milhões.

Como é medida a pressão ocular?

As técnicas mais comuns utilizadas são a tonometria de aplanação e a pneumática.

Para realizar a primeira, é preciso recorrer a alguns colírios, um deles com anestésico. Depois disso, o indivíduo encosta o rosto no aparelho, que toca a córnea e mede a pressão.

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Já a tonometria pneumática é feita naquela máquina que solta um sopro de ar nos olhos. O resultado é menos preciso, mas ela serve de triagem para se ter uma ideia da condição da pessoa.

O ideal é que pressão esteja abaixo de 20 milímetros de mercúrio (20 mmHg). Quem passa disso, precisa de um acompanhamento mais próximo.

Dá para reduzir a pressão ocular?

Sim. Na maioria dos casos, o quadro é controlado com colírios específicos.

É essencial tratar essa condição, pois, como informado, ela pode culminar no glaucoma.

O tratamento do glaucoma

A doença não tem cura, mas, ao diagnosticá-la, o tratamento inicial também costuma envolver o uso de colírios para baixar a pressão.

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Eles custam de R$ 50 a R$ 500, e são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Só que a rotina de quem depende desses remédios não é simples.

O paciente precisa pingá-los três vezes por dia para o resto da vida, e há efeitos colaterais. Olheira, lacrimejamento, vermelhidão nos olhos e até a mudança de cor da íris são algumas possíveis reações adversas.

É válido destacar também que a aplicação deve seguir algumas regrinhas: o paciente não pode, por exemplo, deixar o produto escorrer pelo rosto nem encostar o recipiente nos olhos.

Em alguns casos, a pessoa depende de uma combinação de colírios, o que complica mais ainda a adesão ao tratamento.

Só que deixar de pingar o produto é dar espaço para que o glaucoma progrida.

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+ Leia também: Glaucoma segue uma doença invisível no país

Dependendo do caso, colírios não são suficientes para lidar com o quadro. Aí, o médico tem outros recursos disponíveis.

Uma técnica moderna, minimamente invasiva e eficaz é a trabeculoplastia seletiva (SLT), feita com um tipo de laser. Ela acontece no consultório mesmo, ou seja, não precisa de internação.

A SLT já está disponível no SUS, mas só para aqueles que não têm resultado com os medicamentos. Porém, para a oftalmologista Wilma Lelis Barboza, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma, isso não faz sentido.

“Diversos estudos já comprovaram que essa técnica tem a eficácia muito parecida com a dos colírios. Não há mais dúvidas sobre isso”, relata.

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E, como contamos, o uso de colírios exige um comprometimento enorme dos pacientes, inclusive com retornos frequentes ao posto de saúde. Por outro lado, ao se submeter à SLT, o indivíduo só precisaria fazer uma visita anual ao oftalmo.

A escolha pela SLT também reduziria custos ao sistema de saúde. Desde o ano passado, o Reino Unido já adotou esse novo protocolo de tratamento com base nos dados que mostram uma economia de 87 mil libras no primeiro ano, e cerca de 400 mil nos próximos cinco.

Ainda há mais opções em jogo, como cirurgias tradicionais e aplicação de outros tipos de laser. A escolha fica a critério do médico, de acordo com as características de cada paciente.

De todo modo, o acompanhamento com o especialista deve ser frequente, até porque pode ser necessário repetir procedimentos.

Só quem tem hipertensão ocular terá glaucoma?

A elevação da pressão ocular é a principal causa por trás do glaucoma.

Mas não é a única. Embora seja algo raro, outras situações podem deflagrar o quadro, como traumas, certas doenças e utilização de medicamentos específicos.

Para chegar ao motivo exato, é preciso contar com uma boa investigação médica. E, claro, depois que a razão é identificada, é imprescindível tratá-la.

 

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