Espumante e champanhe: clássicos da virada trazem algum benefício à saúde?
Essa bebida alcoólica não conserva tanto assim os antioxidantes da uva quanto o vinho tinto, e o gás carbônico exige um cuidado extra no consumo

Difícil achar um momento em que o brasileiro consuma mais champanhe (ou espumante; entenda as diferenças no final do texto) do que nas celebrações de fim de ano.
Um clássico do Ano Novo que também costuma aparecer no Natal, essa bebida é muito apreciada por seu sabor mais suave e seu teor alcoólico um pouco menor que o dos vinhos normais.
Na hora de virar as taças enquanto os fogos de artifício estouram no céu, talvez surja a dúvida: além do prazer associado à celebração, será que essa bebida traz algum ganho à saúde?
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Espumante tem algum benefício?
Produtos derivados da uva costumam conservar alguns dos benefícios associados à fruta, especialmente em relação à presença dos compostos fenólicos, substâncias antioxidantes que ajudam no combate aos radicais livres e na prevenção de uma série de doenças crônicas. Uma das estrelas nessa seara, muito estudada nos casos dos vinhos, é o resveratrol.
Só que, quando falamos de espumantes, esse benefício é extremamente modesto. E, por se tratar de uma bebida alcoólica, é bastante controverso se as vantagens associadas ao potencial antioxidante do espumante são suficientes para contrabalancear os problemas de ingerir álcool, ele próprio responsável por muitos problemas de saúde, imediatos ou no futuro.
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Mesmo quando se fala dos vinhos, a concentração de resveratrol é maior na versão tinta, que passa mais tempo em contato com a casca (onde estão essas substâncias) durante sua preparação. No caso do espumante e dos vinhos brancos, o teor é muito menor. Aumenta um pouco no rosé, mas ainda uma presença discreta.
Você não precisa abrir mão do espumante nos festejos, só não beba esperando consumir algo saudável. E, se realmente quiser algum benefício da uva, quem sabe não é a hora de recorrer a outra tradição, como a simpatia de comer 12 delas na virada do ano?
Cuidados com o consumo do espumante
Além da recomendação clássica em relação a qualquer bebida alcoólica (beba com moderação, pois não há um nível de álcool considerado seguro para a saúde), no caso do champanhe e espumante também é preciso atenção ao gás.
Ao contrário dos refrigerantes, o gás carbônico dessa bebida é produzido naturalmente durante o processo de fermentação durante a garrafa – ou seja, não é inserido de forma artificial. Beber demais qualquer líquido carbonatado, independentemente da origem do gás, pode causar estufamento, desconforto estomacal e sensação de inchaço.
Para não terminar a noite se sentindo mal, a ordem é não exagerar, especialmente você já encheu o tanque antes com outras opções alcoólicas e cheias de gás, como a cerveja.
Champanhe ou espumante?
Outra dúvida que surge muito nessa época diz respeito à maneira correta de se referir à bebida. No Brasil, a menos que você esteja gastando muito dinheiro, o que tomamos é espumante, nome que se dá aos vinhos com gás carbônico o suficiente para borbulharem.
Champanhe (ou champagne) é o nome dado aos espumantes produzidos de acordo com práticas específicas elaboradas na região francesa de Champagne, usando uvas locais.
O Champagne tradicional é provavelmente o espumante mais famoso do mundo, e acabou se tornando uma espécie de nome guarda-chuva para outras bebidas similares.