Quando ondas de calor, palpitações e outros sintomas comuns do final do período reprodutivo da mulher dão as caras antes dos 45 anos, dá para dizer que a menopausa chegou cedo. E, embora a causa dessa condição ainda seja desconhecida (a não ser quando há retirada do útero ou sessões de quimioterapia), surgem cada vez mais evidências de que a dieta tem um papel importante na prevenção do quadro. Dessa vez, um levantamento publicado no periódico científico American Journal of Epidemiology elege a proteína de origem vegetal como possível aliada à mesa.
O estudo foi feito com dados de 2 041 mulheres, coletados de 1991 a 2001. Durante esse período, as voluntárias – que chegaram à menopausa antes do esperado – foram submetidas a questionários sobre a frequência com que costumavam comer 131 alimentos. Assim, os cientistas conseguiram avaliar o que elas ingeriam antes e um pouco depois de verem o período reprodutivo chegar ao fim.
Quando 6,5% das calorias ingeridas pelas mulheres vinham de proteínas de origem vegetal (encontradas principalmente no feijão e em outras leguminosas), a probabilidade de elas passarem pelo incômodo cedo demais era 16% menor em relação às voluntárias que só reservavam 4% das calorias para esses nutrientes. Em uma dieta de 2 mil calorias por dia, os tais 6,5% seriam equivalentes a três ou quatro porções (isto é, 32,5 gramas) desses alimentos.
Vale ressaltar que não houve relação positiva ou negativa quanto ao consumo de proteína de origem animal. Para os autores da pesquisa, da Universidade de Massachusetts e da Universidade Harvard, ambas nos Estados Unidos, é preciso investigar mais a fundo o achado – inclusive isolando alguns alimentos, como a soja, para confirmar e identificar o que está por trás desse elo.