Você já tentou comer só uma bolacha recheada ou uma batatinha do pacote? Não é uma tarefa fácil, e a culpa não é sua. Uma análise de 281 estudos feitos em 36 países, publicada no British Medical Journal, descobriu que alimentos ultraprocessados como esses podem ser tão viciantes quanto o cigarro — gerando, inclusive, sintomas de abstinência.
Assim, a única maneira eficiente de lidar com essa fixação e suas consequências à saúde é reduzindo a oferta e a ingestão desses produtos.
“Rever a tributação, ter uma rotulagem clara, regular o marketing e adotar ações para ampliar o acesso a alimentos in natura e minimamente processados são formas de reduzir o alto consumo dos ultraprocessados hoje”, diz a nutricionista Ana Paula Bortoletto, da Universidade de São Paulo (USP).
+Leia Também: A relação entre os alimentos ultraprocessados e o câncer
Por que sempre se quer mais?
Os ultraprocessados são ricos em dois nutrientes: açúcares (carboidratos) e gordura saturada.
Sabe qual alimento natural carrega ambos os componentes em largas quantidades? Nenhum.
Pense em fontes naturais de carboidrato, como arroz e batata: eles quase não têm gorduras. Agora, fontes de lipídios, como abacate ou nozes: quase nada de carboidrato.
Especialistas acreditam que unir esses macronutrientes, e ainda colocar aditivos que intensificam aroma, sabor e textura, está por trás dos abusos.