De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a lipoaspiração é o procedimento cirúrgico mais buscado por pessoas que procuram mudar a forma corporal.
Hoje se fala muito de lipo lad (ou HD) a até de lipo sem cortes, mas cuidado: há algumas furadas nesse meio e cuidados pré e pós-cirúrgicos que você precisa conhecer antes de optar por retirar a gordura localizada com essa estratégia.
O que exatamente a lipoaspiração e quais são suas modalidades, promessas e riscos? Saiba tudo sobre o procedimento agora.
O que é a lipoaspiração?
É um procedimento cirúrgico para remover a gordura localizada e redesenhar o contorno corporal, e pode ser realizada não apenas na barriga, mas também nas coxas, braços, pescoço, papada, costas, joelho, peito, bochechas, queixo, pernas e tornozelos.
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A cirurgia funciona assim: são feitas pequenas incisões nas dobras do corpo do tamanho suficiente para inserir cânulas, que são instrumentos parecidos com uma agulha, e que desgrudam o tecido adiposo. Após isso, ele é retirado por um aspirador cirúrgico ou com uma seringa ligada a essas cânulas.
Existem várias versões do procedimento. Por exemplo, na vibro lipoaspiração, um motorzinho é usado na cânula para fazer leves vibrações para frente e para trás, o que estimularia o desprendimento da gordura localizada.
Em outras variações, um gerador de ultrassom ou lasers podem ser usados para “quebrarem” as células de gordura antes de retirá-la.
E qual a diferença para lipoescultura?
Na verdade, essa não é uma nomenclatura técnica, mas a combinação de dois procedimentos: a lipoaspiração e a lipoenxertia.
Como o nome já sugere, após retirar o excesso de gordura, o cirurgião utiliza esse tecido para realçar o contorno de algumas outras áreas do corpo, geralmente durante a mesma cirurgia.
Um dos procedimentos mais comuns é a retirada de gordura dos flancos (os pneuzinhos) para recolocá-la no bumbum.
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E a lipo lad, ou HD?
Lipo Lad, HD, 3D: todos esses nomes definem o mesmo procedimento, que é uma cirurgia para a definição do abdômen em pessoas que já são magras.
Uma das antigas regras da lipoaspiração era aspirar só gorduras profundas, o que garantiria que a parte superficial da barriga ficasse homogênea. Não se costumava retirar o tecido adiposo localizado logo embaixo da pele, porque isso pode causar irregularidades no abdômen, deixando a barriga “ondulada”, digamos assim.
Mas o cirurgião colombiano Alfredo Hoyos, cultuado como o criador da lipo lad, resolveu quebrar esse paradigma e removeu a gordura grudada na pele de pacientes.
“A lipo lad realça a musculatura. O médico aspira logo abaixo da pele, nas linhas que contornam o músculo, para aumentar a definição da anatomia muscular”, explica o cirurgião plástico Juan Montana, consultor científico da SBPC. “Isso dá a impressão de que o músculo é mais forte, e que a pessoa frequenta bastante a academia”, completa.
Daí o nome de lipo HD, que é a sigla para high definition, um termo muito empregado para definir a qualidade de vídeos e significa “alta definição”. Aliás, esse procedimento também tem o apelido de lipo de Alta Definição.
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Quais são os riscos da lipoaspiração?
Feita por um profissional habilitado e seguindo todos os parâmetros estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e SBCP, o risco é baixo.
Por exemplo, o CFM estabeleceu uma diretriz de que não se pode retirar mais do que 7% do peso corporal da pessoa em termos de volume, e só é permitido aspirar até 40% da superfície do corpo.
De forma geral, as intercorrências mais frequentes do procedimento são:
- Formação de uma cicatriz que pode desagradar esteticamente
- Alterações na sensibilidade da pele
- Dor insistente
Em casos mais graves e raros, danos em estruturas profundas como nervos, vasos sanguíneos, músculos e até pulmões podem ocorrer. E vem justamente daí as duas principais causas de morte durante a lipoaspiração: tromboembolia pulmonar ou perfuração errônea.
“No primeiro caso, forma-se um coágulo numa veia, que se desprende e vai até o pulmão, entupindo a circulação e gerando falta de oxigênio”, explica Juan Montana.
Já no segundo, o procedimento gera uma perfuração em algum vaso grande, o que provoca hemorragias graves e, não raro, de difícil controle. “Às vezes, o cirurgião sequer tem tempo hábil para suturar e estancar o sangramento”, completa o consultor da SBPC.
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Outro detalhe: a lipo HD é mais arriscada. E, se não for feita de forma adequada, pode gerar necrose na pele e manchas.
“Além do risco de matar as células por se estar muito perto da pele, ela pode atrapalhar traumatizar os vasos. O ferro liberado pelas hemácias do sangue pode gerar uma hiperpigmentação no tecido da pele, o que algumas vezes provoca manchas permanentes”, pontua Juan.
A lipo lad, portanto, é uma técnica delicada, que exige preparo especial do médico. Por isso, também é mais demorada, o que, em tese, aumenta o risco de intercorrências sérias, como parada cardíaca.
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E os cuidados pré e pós-cirúrgicos?
O principal cuidado antes do procedimento é encontrar um bom profissional, que indique a cirurgia de acordo com seu caso e suas expectativas. Ter uma indicação adequada, confiar no cirurgião, conhecer os riscos e tirar todas as dúvidas possíveis antes do procedimento é essencial.
Antes da lipo, também pode ser necessário fazer exames e uma avaliação médica para garantir que a pessoa estar apta para a operação, tomar certos medicamentos ou ajustar os remédios que já usa, e idealmente parar de fumar bem antes da cirurgia.
Após o procedimento, o tempo de recuperação depende principalmente do tamanho da área aspirada.
Geralmente, malha de compressão ou bandagens elásticas são colocadas, pois ajudam a controlar o inchaço e a comprimir a pele.
Sessões de drenagem de líquidos e cuidados com remédios também podem ser indicados pelo médico.
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É verdade que existe lipo sem corte?
A chamada hidrolipoclasia, vendida com essa propaganda de ser uma “lipo sem cortes”, não é uma técnica regulamentada nem segura.
Ela pretende quebrar eliminar a gordura localizada através da injeção de soro fisiológico ou água destilada no tecido adiposo logo abaixo da pele, seguida da aplicação de um ultrassom convencional (tradicional, não microfocado) para fixar.
“Não há evidências científica de eficácia e segurança, e já há relatos de casos de complicações, como infecções, cicatrizes inestéticas e irregularidades na pele”, alerta Montana. Não caia nessa.