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5 motivos que justificam a retirada dos ovários de Angelina Jolie

A decisão da atriz foi exagerada? SAÚDE lista as razões para a discutida remoção preventiva do órgão

Por Priscila Bellini (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 20h29 - Publicado em 1 abr 2015, 14h35
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Não é uma resolução fácil, nem usual. Mas a ciência dá amparo e registra: a extração dos ovários e das trompas diminuiu em grande escala o risco de Angelina Jolie desenvolver câncer nesses órgãos. Lembrando que há dois anos a atriz se submeteu ao mesmo procedimento em relação aos seios, também para escapar dos tumores. Saiba por que os especialistas dizem que ela tomou a decisão acertada mais uma vez agora.

1)     Histórico de câncer na família

O exemplo mais lembrado e comentado no caso de Angelina Jolie é o de sua mãe, a também atriz Marcheline Bertrand, que morreu aos 56 anos em consequência de câncer de ovário. Mas os alertas de perigo foram além: a avó e a tia da celebridade haviam padecido do mesmo mal. E os especialistas são unânimes em destacar a hereditariedade como um fator importante na probabilidade de desenvolver a doença.

2)     Alto risco genético

Diante das evidências familiares, Angelina se submeteu a um mapeamento genético e confirmou: ela é portadora de mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. A própria atriz explicou recentemente, em artigo publicado no jornal americano New York Times, que o resultado de seus testes mostrava que, para ela, o risco de desenvolver um tumor nas mamas chegava a 87% — e o perigo de seus ovários serem atacados era de 50%. “Diante dessa probabilidade, podemos considerar a extração dos ovários e das tubas uterinas uma atitude pertinente”, argumenta o médico Fernando Maluf, diretor do Centro Oncológico Antonio Ermírio de Moraes, em São Paulo. É importante, porém, que fique claro: a opção pela cirurgia preventiva só foi tomada depois de um longo e minucioso acompanhamento médico.

3)     Faltam testes certeiros para descobrir esse tipo de tumor

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“Quando pensamos em câncer de mama, logo associamos seu diagnóstico à mamografia. No caso do tumor de ovário, não há um exame correspondente”, compara Stephen Stefani, oncologista do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. O ultrassom transvaginal e as medições da CA125, uma proteína que costuma aparecer em excesso quando a paciente desenvolve a doença, podem oferecer pistas, mas não trazem um resultado tão preciso. No caso de Angelina Jolie e de outras mulheres com alto risco, uma alternativa a essa carência de um exame definitivo é justamente se submeter à retirada preventiva dos órgãos. Mas vale lembrar: para quem já está na menopausa e para as que têm histórico familiar do problema, a recomendação mesmo assim é realizar as avaliações possíveis a cada semestre.

4)     Os sintomas demoram a aparecer

Quando começa a se desenvolver nos ovários, o tumor não dá sinais claros de sua presença – é tão silencioso quanto perigoso. Na hora em que dá as caras, os traços são facilmente confundidos com outras chateações, como desarranjos intestinais. “Em geral, a mulher recorre a um clínico geral ou a um gastroenterologista antes de, finalmente, chegar ao consultório do ginecologista”, comenta a oncologista Alessandra Menezes Morelle, do Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha. Daí a dificuldade em associar o inchaço abdominal, a sensação de bexiga cheia e o intestino congestionado ao quadro, o que atrasa ainda mais a ida ao especialista. Um perigo para quem tem a predisposição comprovada, como Angelina Jolie.

5)     Maternidade garantida

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A retirada dos ovários, claro, gera infertilidade, motivo capaz de gerar mais resistência à cirurgia preventiva. Essa, felizmente, foi uma barreira a menos a ser encarada por Angelina, mãe de seis filhos (três biológicos e outros três adotados). De todo modo, hoje há técnicas de inseminação artificial que podem ser discutidas com o médico – os óvulos são previamente recolhidos e congelados antes da remoção do órgão, para serem usados depois, garantindo a chance de maternidade a quem, como a atriz, precisa tomar tão difícil decisão.

Os ovários se vão, o corpo reage

Quando se chega à conclusão de que a retirada é a melhor saída, a cirurgia propriamente é relativamente simples. Mas a falta dos ovários traz efeitos colaterais consideráveis, como Angelina Jolie relata no texto publicado no jornal americano. “Ela coloca a mulher numa menopausa forçada”, registra a atriz. Essa alteração brusca no equilíbrio hormonal leva o corpo a se ressentir, trazendo reações como mudança na distribuição da gordura, que passa a se concentrar no abdômen, secura vaginal e diminuição da libido. Por isso, depois do procedimento, é necessário acompanhamento atento do médico, que decidirá junto com a paciente – e caso a caso – a necessidade de ingestão de hormônios para suavizar os impactos. Cuidar da alimentação para evitar ganho de peso e incluir exercícios físicos na rotina são fundamentais para o bem-estar físico e emocional de quem optou por essa saída.

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