Que fast-food não faz bem para a saúde, você já sabe. Mas um novo malefício acaba de ser acrescentado na lista dos prejuízos da comida processada: segundo um estudo recém-publicado, esse tipo de alimento aumentaria a exposição a doses elevadas de compostos nocivos.
Um time de pesquisadores da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, pediu que 8 877 pessoas respondessem a um questionário. O objetivo era saber como foi a dieta e o consumo de fast-food dos voluntários nas últimas 24 horas. Todos também tiveram a urina coletada para análise.
Os exames laboratoriais mostraram que a turma que ingeria comidas prontas em excesso tinha níveis até 40% mais altos de ftalatos no organismo. O composto é utilizado na fabricação das embalagens dos alimentos. Acredita-se que ele consiga contaminar de alguma maneira lanches, pizzas e companhia limitada.
Pesquisas já indicam que os tais ftalatos causariam alterações no sistema reprodutor de crianças e bagunçariam a produção de hormônios como a testosterona e o estrogênio, essenciais para o desenvolvimento do corpo e da sexualidade. Novos trabalhos são necessários, porém, para comprovar a presença deste e de outros químicos nas refeições industrializadas.
O debate ainda tem muito pano pra manga. O Instituto do PVC e a Plastivida, entidades que representam empresas envolvidas na produção e no consumo de plástico, declaram que “Os ftalatos são substâncias usadas há mais de 50 anos sem um único caso relatado de problemas de saúde. Trata-se de alguns dos produtos químicos mais estudados no mundo. São estudos de avaliação de riscos rigorosos realizados não só pela União Europeia, como também por outros órgãos científicos internacionalmente respeitados”. As instituições ainda afirmam que não existe relação entre substâncias tóxicas e os diversos produtos fabricados com plásticos usados em embalagens de alimentos, utensílios de cozinha, pratos, talheres plásticos, copos, garrafas, potes de freezer e micro-ondas (“tupperwares” e similares), entre outros, sendo as embalagens atóxicas e inodoras.