Segundo o Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, na França, bebês expostos à fumaceira do tabaco durante a gestação e no pós- natal podem ter problemas emocionais e de conduta mais pra frente. Isso porque os cientistas analisaram 5 221 famílias e identificaram transtornos comportamentais nas crianças por volta dos 10 anos de idade – ao todo, 21% da molecada teve contato com a fumaça nos dois períodos analisados. O dado faz sentido. Viviana Paes, coordenadora do curso de ciências biológicas da Universidade de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, explica que o cérebro só termina de se formar lá pelos 12 anos. Até chegar a essa fase, existe a possibilidade de o órgão sofrer mais interferências – como a do cigarro. “O fumante inala apenas 15% da fumaça. O resto fica no ambiente, podendo ser absorvido pelas crianças”, observa Viviana. As mudanças provocadas no cérebro aumentam o risco de agressividade, depressão e hiperatividade, o que prejudica o rendimento escolar e o relacionamento com colegas e familiares. Os pais que notarem esses sinais precisam procurar um especialista, como psicólogo ou psicopedagogo.