Cientistas das Faculdades Integradas Aparício Carvalho, de Porto Velho, em Rondônia, fizeram uma revisão de todas as pesquisas publicadas nos últimos 30 anos sobre a relação entre bagunça hormonal e depressão. O objetivo deles era responder a uma pergunta no melhor estilo “o que veio antes: o ovo ou a galinha?”.
Será que alterações anormais em neurotransmissores e outros compostos levaria à melancolia ou o problema psiquiátrico seria o responsável por um verdadeiro rebuliço nas glândulas, que produzem hormônios? A conclusão é que tudo acontece junto e misturado: tanto sentimentos negativos influenciam no corpo, quanto nossa química interna altera a forma como enxergamos o mundo.
Há uma série de hormônios que, quando bem alterados, podem desencadear a tristeza sem fim. É o caso da corticotrofina, do cortisol, do estrogênio, da progesterona e do T4. Alguns dificultam a comunicação cerebral. Outros interferem na ação da serotonina, neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar. A falta crônica dele abre alas para a depressão, aponta o trabalho, divulgado ontem no Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, na Costa do Sauípe, na Bahia.
A boa notícia é que alguns desses hormônios podem ser medidos e controlados com relativa facilidade. É o caso do T4, composto produzido pela tireoide que tem a missão de ditar o ritmo de funcionamento do organismo. Quando se comprova que ele está em falta, é possível realizar a reposição por meio de um remédio.
O primeiro passo para se livrar da depressão é procurar um psiquiatra. O médico vai avaliar o caso e, se ao transtorno for realmente diagnosticado, levantar possíveis causas para ele. O desequilíbrio dos hormônios certamente deverá ser considerado como um potencial suspeito da condição.
O jornalista viajou para o Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia a convite da farmacêutica Novo Nordisk.