Quando o novo coronavírus (Sars-CoV-2) chegou ao Brasil, as pessoas correram aos supermercados para comprar papel higiênico e estocá-lo. Mas se essa atitude faz pouquíssimo sentido, por outro lado há produtos que podem ajudar você a evitar a Covid-19 ou a detectar sua piora.
Montamos uma lista — que vai de oxímetro até água sanitária — para manter você seguro. Mas, claro, sempre é bom conversar com profissionais de saúde para resolver dúvidas e ver o que é melhor para a sua família especificamente.
Para monitorar as condições de saúde
Aqui, são importantes o termômetro (clique para comprar) e o oxímetro. O primeiro serve para verificar se o indivíduo está com febre, um dos sintomas mais comuns do novo coronavírus. Acompanhar a evolução da temperatura, eventualmente com supervisão médica, também ajuda a verificar se a doença está bem controlada.
E o oxímetro? Trata-se de um aparelhinho que é colocado no dedo para checar a oxigenação do sangue. Isso porque, em alguns casos, a Covid-19 reduz a concentração de O2 em circulação sem manifestar muita falta de ar — quadro chamado de hipóxia silenciosa.
Esse fenômeno costuma acontecer entre o quinto e o nono dia do início dos sintomas (febre, tosse, coriza, mal-estar etc). E é detectável com oxímetro.
A saturação normal do oxigênio fica de 95% para cima. Quando cai para baixo disso, é sinal de problema. Se for o caso, o preconizado é entrar em contato com um especialista. Ele poderá pedir mais exames e adotar medidas que minimizem o risco de agravamento do quadro.
Durante uma coletiva de imprensa no dia 13 de julho, o médico Clóvis Arns, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), disse: “Eu recomendo que pessoas que manifestem sintomas suspeitos de coronavírus usem um oxímetro para acompanhar a oxigenação do sangue”.
Aliás, a SBI está iniciando a campanha Alert(ar), em que pretende distribuir oxímetros em comunidades carentes, para que agentes locais façam medições na população. O projeto é uma parceria com o Instituto Estáter.
O infectologista Leandro Weissmann, do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, lembra que, para pessoas com hipertensão, comprar um esfigmomanômetro para ter em casa é especialmente bem-vindo durante a pandemia. “O equipamento é usado para medir a pressão arterial. Com ele em casa, não é necessário ir até farmácias ou postos de saúde”, afirma.
Isso é importante, porque hipertensos integram o grupo de risco para o novo coronavírus. E, se a pressão estiver descontrolada, há indícios de que a probabilidade de agravamento da infecção é maior.
“Observe se os aparelhos têm selo do Inmetro e registro na Anvisa. São critérios para confirmar sua confiabilidade”, orienta Weissman, que também é consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Para prevenir a infecção por coronavírus
Não custa relembrar: lavar constantemente as mãos e manter o distanciamento social são as medidas mais defendidas pelos experts para frear a transmissão da Covid-19. Ainda assim, outro item tem ganhado destaque: as máscaras.
Se você não está com os sintomas, vale comprar versões de pano ou fazer a sua. O importante é que ela tenha pelo menos duas camadas de tecido. “O ideal é deixar a cirúrgica aos profissionais da saúde e pacientes com suspeita da doença”, aponta o Weissman. Isso para garantir os estoques a quem mais necessita.
Ah, e tem também o álcool em gel. Adquirir potes dele é bom para aqueles momentos em que não há água e sabão à disposição. Só se certifique de que o rótulo aponta “álcool em gel 70%”
“Ele também precisa ter registro no Ministério da Saúde e na Anvisa, dados completos do fabricante ou importador, instruções de uso, avisos sobre perigos e primeiros socorros e telefone de atendimento ao consumidor”, informa Weissman.
E um alerta: as luvas não são uma ideia boa na maioria dos casos. “Ela dá uma falsa sensação de proteção. Caso a pessoa não esteja atenta, é capaz de contaminar tudo ao redor dela”, alerta o especialista.
Para higienizar a casa e as roupas
“Podem ser usadas água sanitária, sempre diluída, detergentes, desinfetante multiuso ou sabão em pó”, lista o profissional. Todos esses itens dão conta do recado.
Mais uma vez, evite itens de procedência duvidosa. Leia sempre o rótulo e siga as instruções.
Lembrando que não há nenhuma marca no mercado brasileiro com ação comprovadamente mais potente contra o Sars-CoV-2. No início de junho de 2020, a Justiça suspendeu um lote de sabão em pó da marca Tixan-Ypê por anunciar que ele matava esse vírus sem ter evidências de que era mais eficiente em comparação a outros.
Ou seja, o importante é adquirir itens de fabricantes confiáveis.
E os remédios?
Até o momento, não existe tratamento específico para a Covid-19. Nos quadros graves, são tomadas uma série de medidas nos hospitais, que variam de paciente para paciente. E, nos casos leves, o que se faz é manejar os sintomas e monitorá-los a fim de saber se a doença está evoluindo.
“Nessas situações, é permitida a utilização de medicamentos que aliviam sintomas, como antitérmicos e analgésicos”, afirma Weissman. Só que é bom tomar alguns cuidados. Se você perceber que não está melhorando, procure ajuda médica quanto antes.
Por fim, caso você já trate algum outro problema de saúde, não deixe que esses remédios fiquem em falta. Só interrompa o uso quando isso for orientado pelo especialista que o acompanha.