Em um ano que será lembrado também por episódios públicos de racismo e uma mobilização global contra a discriminação, chama a atenção uma pesquisa capitaneada pela Universidade Auburn, no Alabama, estado americano que ainda padece de conflitos raciais.
Após examinar e acompanhar quase 400 negros por dez anos, os cientistas observaram que eles estão mais vulneráveis a um envelhecimento biológico precoce. O achado veio após se debruçarem sobre os telômeros desses cidadãos.
Telômeros são os pezinhos dos cromossomos, estruturas onde fica empacotado o nosso DNA. Eles se encurtam com o avançar da idade, mas maus hábitos, doenças e estresse aceleram esse processo. Descobertas na área renderam o Prêmio Nobel de Medicina de 2009.
Segundo os autores do estudo, o estresse crônico e contínuo motivado pelo racismo (nas ruas, no trabalho etc.) encurtaria os tais telômeros, fenômeno já associado a menos anos e mais doenças pela frente. Outra evidência de que o enfrentamento do preconceito, lá e aqui, é um assunto de saúde pública.
Contra a discriminação racial
Toda a sociedade tem de fazer sua parte — inclusive porque racismo é crime.
Reconhecimento: devemos admitir que o problema existe, conversar sobre ele em várias esferas e coibir piadas racistas.
Políticas públicas: sistemas de cotas e outras iniciativas ajudam a dar oportunidades a uma população antes negligenciada.
Dia a dia: se for o caso, amplie seu círculo social, convivendo, nas horas de trabalho ou lazer, com mais pessoas negras.
Polícia: racismo, e não só contra negros, é crime previsto na lei brasileira. Assim, podemos e devemos denunciá-lo.