Alimentação balanceada, atividade física, acompanhamento médico… Todos esses elementos se transformam em prioridades absolutas na rotina da maioria das mulheres grávidas. Mas será que o convívio delas com outras pessoas — principalmente com seus parceiros — não deveria estar nessa lista também? Segundo o epidemiologista Roger Ekeberg Henriksen, da Universidade de Bergen, na Noruega, a resposta é sim. Isso porque gestantes insatisfeitas com seus relacionamentos têm maior risco de sofrer com infecções. E a ameaça também se estende aos bebês.
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Não é de hoje que a ciência investiga os impactos das relações sociais na saúde das pessoas. Um estudo das universidades da Califórnia e de Chicago, nos Estados Unidos, comprovou, por exemplo, que a falta de vínculos pode abalar a imunidade. A solidão é conhecida por estimular a produção de cortisol, hormônio do estresse que, em excesso, faz um mal danado à saúde.
Outra pesquisa, dessa vez da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, ligou brigas frequentes dentro do lar a um crescimento de ao menos 50% no risco de morrer. Na via oposta, cumplicidade, respeito e carinho propiciam proteção para nossas células. Experts da americana Universidade de Michigan constataram que ter um companheiro otimista diminui a probabilidade de distúrbios crônicos.
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No trabalho norueguês, Henriksen descobriu que doenças infecciosas são mais frequentes nas grávidas e nos bebês (principalmente no primeiro ano de vida) por causa do estresse. E a bagunça nos níveis de cortisol, mais uma vez, tem culpa no cartório. “Sabemos que o estresse pode ter um efeito negativo na saúde, e é importante chamar a atenção para o fato de que as relações sociais são tão relevantes quantos outros fatores na gravidez.
Isso se aplica tanto aos relacionamentos com os parceiros quanto à relação de apoio de amigos e familiares”, declarou o autor em um comunicado. De acordo com ele, a insatisfação das mulheres quanto aos seus parceiros deve ser vista como um fator de perigo. “Precisamos ter em mente que infecções durante a gravidez podem levar a complicações e doenças no futuro”, conclui Henriksen.