De cara, a resposta a essa pergunta é: depende! Isso porque nem todos os métodos contraceptivos são recomendados para lactantes.
Hoje, os anticoncepcionais hormonais combinados, aqueles que contam com versões sintéticas ou naturais do estrogênio e da progesterona em sua composição (pílula anticoncepcional, anel vaginal, adesivo hormonal e contraceptivo injetável mensal), são contraindicados até o sexto mês após o parto devido ao maior risco de eventos cardiovasculares, em especial a trombose, para a mulher.
Além disso, o estrogênio presente formulações prejudica a quantidade e a qualidade do leite materno, já que pode suprimir a produção de prolactina, o hormônio responsável pela produção do leite.
Sendo assim, o mais recomendado é evitar o uso dos contraceptivos combinados até o sexto mês após o parto. Uma alternativa é o DIU.
O DIU hormonal e o implante podem ser colocados até 48 horas após o parto, se tudo estiver bem. Após esse prazo, deve-se esperar o mínimo de 40 dias para a inserção.
Já aqueles métodos que usam apenas progesterona, como a minipílula, o DIU não hormonal, o progestágeno oral e o contraceptivo hormonal injetável de progestagênio não interferem na amamentação e podem ser usados a partir de 40 dias após o parto.
Quem quiser começar a se proteger de uma gravidez indesejada com mais antecedência também pode recorrer aos seguintes métodos: camisinha (feminina e masculina), espermicida, DIU não hormonal, diafragma e procedimentos definitivos, como a laqueadura de trompas ou a vasectomia do parceiro.
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Feitas essas considerações, é importante lembrar que não é recomendado ter relações sexuais nos primeiros 40 dias após o parto.
Além disso, a própria amamentação pode servir como uma estratégia extra e natural para evitar a ovulação, já que a produção da prolactina durante esse processo inibe a formação de um hormônio importantíssimo para o funcionamento do ciclo menstrual, o GnRH. Ainda assim, não podemos considerar a amamentação um contraceptivo, daí a importância de aliar a prática a um método seguro para esse momento.
Muitas pessoas também pensam que a ausência de menstruação nos primeiros meses após o parto é uma garantia de proteção contra uma nova gravidez, mas nem sempre isso é verdade. Então previna-se!
* Priscila Hime é ginecologista especialista em endocrinologia, climatério e sexualidade e médica da Oya Care, a primeira clínica virtual de saúde feminina no Brasil
Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Oya Care