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Testes neuropsicológicos não são oráculos e não dão diagnóstico sozinhos

Longe de dar respostas definitivas, essas avaliações devem ser analisadas junto à história clínica, observação e contexto de vida do paciente

Por Sidney Klajner
17 dez 2025, 13h51 •
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Avaliações neuropsicológicas estão se popularizando, mas é preciso cautela  (Prostock-Studio/Getty Images)
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  • Os testes neuropsicológicos são importantes ferramentas clínicas na avaliação de quadros como o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno do espectro autista (TEA) e distúrbios neuropsicológicos associados ao envelhecimento, entre outros.

    Eles servem para investigar diferentes aspectos do funcionamento cognitivo, como inteligência geral, memória, atenção, funções executivas e de planejamento, linguagem, habilidades visoespaciais etc., além de incluir escalas relacionadas ao humor e à personalidade.

    Contudo, como explica Ana Lúcia Karasin, neuropsicóloga do Einstein, esses testes são parte da avaliação neuropsicológica e não oráculos capazes de, isoladamente, apontar diagnósticos.

    Seus resultados precisam ser considerados no contexto de um conjunto mais amplo de informações obtidas na conversa com o paciente (anamnese), na observação direta do indivíduo, no seu histórico pessoal e familiar e, quando necessário, envolvendo o levantamento de dados com pessoas do entorno, como parentes, professores (no caso de demandas associadas ao comportamento da criança na escola) e cuidadores.

    Assim, responder a testes disponíveis gratuitamente na internet para um autodiagnóstico não é uma boa opção.

    Quando a avaliação neuropsicológica é indicada

    Nem todos precisam de avaliação neuropsicológica. O ideal é que ela seja indicada pelo médico do paciente – como o pediatra, o geriatra ou o neurologista – e realizada por um neuropsicólogo, profissional especializado que saberá aplicar os testes mais indicados para cada caso e relacionar os resultados com as demais informações sobre o paciente.

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    Entram na lista de fatores individuais histórico, estilo de vida, comportamentos e ambiente sociocultural, entre outros pontos. Ou seja, o mesmo resultado de um teste pode ter significados diferentes de um indivíduo para outro, o que afasta qualquer ideia de teste automatizado fornecido por aplicativos, sites ou páginas de revistas.

    +Leia também: A redescoberta do autismo

    Aplicações clínicas ao longo da vida

    A utilidade da avaliação neuropsicológica é ampla, mas destaca-se em algumas áreas da medicina. Na psiquiatria geriátrica, por exemplo, contribui para diferenciar o envelhecimento natural de quadros demenciais, como a doença de Alzheimer ou a demência frontotemporal.

    Na infância e adolescência, ajuda a identificar transtornos de aprendizagem, dificuldades de atenção, comportamentos desafiadores e o próprio TEA, permitindo também apontar o que não é transtorno, mas apenas traço de personalidade ou um comportamento associado a outros fatores.

    Por exemplo: dificuldade de socialização não é obrigatoriamente TEA e um ritmo mais acelerado não significa necessariamente TDAH.

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    Impactos na saúde mental e na educação

    No campo da saúde mental, a avaliação neuropsicológica ajuda a tornar diagnósticos mais precisos, norteando o tratamento psiquiátrico adequado e evitando o uso de medicações desnecessárias – aspecto especialmente relevante em um contexto em que cresce a busca por diagnósticos de condições neurodivergentes como base para novas identidades sociais.

    Na pedagogia, contribui para orientar professores e instituições de ensino no planejamento de estratégias mais adequadas para diferentes perfis de alunos. No contexto da clínica médica, é um recurso valioso para pediatras, neurologistas, psiquiatras e geriatras no delineamento de condutas terapêuticas.

    Por que evitar o autodiagnóstico

    Por todas essas razões, os testes neuropsicológicos isoladamente não podem ser utilizados para o autodiagnóstico. O acesso a versões disponíveis na internet, assim como interpretações feitas sem o suporte de profissionais especializados, não apenas conduz a diagnósticos equivocados, como reforça estigmas e favorece intervenções médicas desnecessárias.

    A avaliação neuropsicológica é realmente útil quando bem indicada pelo médico do paciente e conduzida por neuropsicólogo. Afinal, seu objetivo não é fornecer um rótulo ou uma resposta rápida. É, sim, contribuir para a construção de estratégias de cuidado, planejamento de intervenções terapêuticas e pedagógicas, e melhoria da qualidade de vida.

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