Quando falamos em infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), a primeira que vem à cabeça é o HIV. Mas, se a sífilis pode muitas vezes ficar esquecida entre a população em geral, ela é motivo de grande preocupação para os profissionais de saúde nos últimos anos.
A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum. Sua manifestação inicial é uma ferida genital – que, por sinal, é facilmente tratável com uma penicilina injetável, popularmente conhecida como Benzetacil.
Com ou sem tratamento, a tendência é que essa úlcera genital melhore e desapareça com o tempo.
Porém, se não diagnosticada e não tratada corretamente, a sífilis pode progredir para suas formas secundária, após meses, e terciária, após anos do início da doença.
Enquanto a secundária se manifesta com manchas pelo corpo, febre e mal-estar, a terciária pode causar graves consequências neurológicas e cardíacas – há risco até de morte.
Nem todo mundo sabe, mas, nos últimos anos, o Brasil viveu uma epidemia descontrolada de sífilis, tendo um aumento de quase 10 vezes no número de novos casos por ano, entre 2011 e 2018.
Mas, se estamos falando de uma doença tratável com um remédio simples, o que explica essa explosão de casos?
A resposta mais provável é falta de informação. Por um lado, os jovens têm utilizado menos preservativos nas relações. Sendo assim, não é de se surpreender que mais de um décimo dos homens no Brasil já contraíram ISTs.
Mas, no caso da sífilis, outro fator importante é o descaso na realização de exames, já que uma simples sorologia consegue detectar com precisão as pessoas que se infectaram.
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Doença adormecida
Como a úlcera inicial da sífilis tende a regredir mesmo sem tratamento, muitas pessoas podem ter a doença de forma latente ou de forma secundária e, assim, seguir transmitindo a doença. Sem falar que estão suscetíveis às consequências mais graves da sífilis terciária no futuro.
Sendo assim, qualquer pessoa que tem relações com múltiplos parceiros, sobretudo desprotegidas, deve fazer testes periódicos para diagnosticar e tratar corretamente uma possível infecção.
Não chega a ser uma boa notícia propriamente dita, mas pelo menos os dados de 2022 mostram que o número de novos casos por ano parou de subir. Ainda assim, foram quase 80 mil novos diagnósticos apenas no primeiro semestre de 2022.
Ou seja, prezar pela proteção no sexo casual e fazer exames periodicamente devem ser prioridades para quem se relaciona com múltiplos parceiros.