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Comer emocional: o que é e quando passa a ser um problema?

Nem sempre é a fome o real motivador por trás da vontade de comer. Saiba diferenciar e conheça estratégias para lidar melhor com esse comportamento

Por Fernanda Pacheco Magalhães e Silva, nutricionista, Patrícia Cristina Gomes, psicóloga e Luiz Gustavo Vala Zoldan, médico*
13 jun 2025, 16h26 •
fome-emocional
Não é fácil diferenciar a fome real da emocional. (Foto: Artem Labunsky/Unsplash)
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  • Sabe aquela vontade incontrolável de um doce no meio da tarde — mesmo depois do almoço? Ou o impulso de abrir a geladeira depois de um dia difícil, sem nem pensar se você está com fome? Pois é. Pode ser que seu corpo não esteja pedindo comida… mas sua emoção esteja.
    Isso tem nome: comer emocional.

    O comer emocional acontece quando a pessoa come para lidar com sentimentos desagradáveis, e não por fome física. Esse comportamento é problemático, porque, ao comer para aliviar emoções, você acaba ligando a comida ao seu mal-estar.

    Isso impede que você aprenda a lidar de forma mais saudável com seus sentimentos. Com o tempo, você pode acabar encontrando mais dificuldade em controlar a alimentação e recorrendo ao comer emocional sempre que enfrentar situações difíceis.

    Não se assuste: esse comportamento é mais comum do que parece — e não tem nada a ver com fraqueza ou falta de força de vontade. A verdade é que nossa relação com a comida começa muito antes de aprendermos a andar. Desde bebês, somos alimentados não só para sobreviver, mas também para sermos confortados, acolhidos, acalmados.

    Ou seja: comida vira sinônimo de afeto. E essa associação, lá de trás, pode nos acompanhar pela vida toda.

    Por que comemos sem fome?

    Em momentos de estresse, tristeza, solidão, ansiedade ou até tédio, é comum buscar alívio imediato na comida. E, claro, o cérebro não quer uma salada: geralmente procuramos por alimentos hiperpalatáveis, como doces e comidas gordurosas — alimentos que ativam nosso sistema de recompensa e dão aquele prazer rápido. Isso nos faz sentir bem… pelo menos por alguns minutos.

    O problema é que, muitas vezes, esse hábito vira um padrão. E o que era uma válvula de escape eventual pode se tornar um ciclo difícil de romper, trazendo culpa, ganho de peso e mais sofrimento emocional.

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    Fome de verdade ou fome emocional?

    Um bom jeito de diferenciar as duas é observar como e quando ela aparece:

    A fome física cresce aos poucos, pode esperar, melhora com qualquer tipo de alimento e costuma vir algumas horas depois da última refeição.

    A fome emocional aparece de repente, é urgente, específica (geralmente por um alimento reconfortante), e mesmo depois de comer, a sensação de satisfação pode não vir completamente.

    Outro sinal de alerta: a culpa. Comer para suprir a emoção costuma deixar um peso maior que o do prato.

    +Leia também: Por que comemos mesmo quando não temos fome?

    Estratégias para lidar com o comer emocional

    Primeiro, gentileza. Comer emocionalmente de vez em quando é normal. O problema está quando isso vira a principal forma de lidar com os sentimentos.

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    Algumas estratégias simples podem ajudar:

    Pare e respire

    Quando sentimos uma emoção muito intensa, nosso corpo reage de várias formas. Essas reações físicas podem piorar o desconforto emocional, levando algumas pessoas a comer para se sentir melhor.

    A respiração profunda e lenta, chamada de respiração diafragmática, ajuda a acalmar essas reações do corpo e a controlar melhor as emoções. Ela ajuda a evitar o comer emocional, controlando o desconforto físico e emocional. Por isso, antes de recorrer à despensa, pergunte-se: “Estou com fome mesmo ou quero aliviar algo que estou sentindo?”

    Mude o foco

    As habilidades de tolerância ao mal-estar têm como objetivo ajudar o indivíduo a vivenciar a dor, a dificuldade ou o desconforto em situações sobre as quais não tem controle.

    A distração (mudar o foco para fora de si mesmo, de forma temporária) pode ser muito eficaz. Às vezes, cinco minutos de caminhada, um banho, uma ligação para alguém querido ou até um chá quente podem dar o conforto que a comida está tentando suprir.

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    Organize sua alimentação

    Fazer refeições regulares e nutritivas ao longo do dia evita episódios de fome exagerada — que muitas vezes se confundem com emoção.

    Cuidado com restrições desnecessárias

    Muitas vezes, na tentativa de perder peso, as pessoas acabam restringindo muito sua alimentação, comendo menos nutrientes do que deveriam e aumentando sua fome, principalmente no final do dia.

    Incluir nas refeições alimentos que aumentam a saciedade, como vegetais, grãos e carnes podem ajudar nesse processo.

    +Leia também: Os cinco perigos das dietas restritivas para emagrecer

    Mindfulness

    É a prática de prestar atenção no que está acontecendo no momento, de forma consciente e sem julgamentos. Ela ajuda a pessoa a se envolver mais com o presente, sem criticar a situação ou a si mesma.

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    Comer com atenção plena é uma maneira de você se concentrar naquilo que come. Por meio do comer com atenção plena, você consegue perceber mais claramente o seu corpo e pode avaliar se está com fome ou saciado(a).

    Basicamente, é aprender a focar a atenção de maneira intencional.

    Identifique os gatilhos

    Anotar seus sentimentos e comportamentos ajuda a perceber padrões. Isso é um passo importante para mudar.

    Busque apoio profissional

    Psicólogos e nutricionistas especializados podem ajudar a construir uma relação mais saudável com a comida e com você mesmo. Grupos de apoio e ajuda mútua também são ótimos recursos para o desenvolvimento de estratégias compartilhadas.

    A verdade é que comida não é só combustível — ela também é cultura, memória e prazer. Mas quando passa a ser o único remédio para as dores da alma, vale a pena parar, respirar e se perguntar: “O que eu estou realmente precisando agora?” Às vezes, não é comida. É cuidado.

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