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Como melhorar cicatrizes de acne?

O melhor é prevenir-se de lesões permanentes com um tratamento adequado da acne. Mas isso nem sempre acontece — e dá para amenizar até as cicatrizes

Por Aline Erthal, dermatologista*
5 jun 2024, 10h15
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  • A acne é uma doença que afeta milhões de brasileiros, e só quem já teve uma espinha no rosto entende o quanto essa pequena lesão pode ser incômoda, mesmo sabendo que em alguns dias ela não estará mais ali. Agora imagine o impacto na autoestima de uma lesão permanente? Hoje vamos conversar sobre as cicatrizes de acne e como tratá-las. 

    Primeiro, precisamos nos lembrar que a acne é uma doença inflamatória crônica da pele, que acomete as glândulas sebáceas e os folículos pilossebáceos. E quanto mais intensa ou mais prolongada essa inflamação, maior o risco de marcas permanentes na pele: as cicatrizes. E essa é uma característica comum a diversas condições cutâneas. 

    Lembre dos machucados que você teve na infância: os ralados menores e mais superficiais se resolviam rapidamente sem deixar vestígios, e você provavelmente nem se lembra mais deles. Mas talvez você tenha alguma marca até hoje na sua pele que carrega a história de um ferimento mais traumático, que demorou para se resolver e, ao longo do tempo, deixou uma cicatriz. 

    Com a acne, a ideia é a mesma: quanto mais inflamação, maior o “trauma”, e o risco de cicatrizes.

    Considerando isso, fica nítida a importância de um tratamento adequado da fase ativa da acne para diminuir a intensidade dessa inflamação e, por consequência, a formação de cicatrizes. E é muito mais fácil tratar uma inflamação do que uma cicatriz.

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    Mas, se esse artigo chamou a sua atenção, possivelmente você já tem essas marcas – e, por outro lado, talvez nem tenha mais acne ativa para ser tratada. 

    Nesse caso, precisamos entender qual o seu tipo de cicatriz para indicar o melhor protocolo de tratamento. Aqui, cremes e loções isolados têm um papel limitado.

    +Leia também: Esperma de salmão para a pele? Entenda tratamento estético inusitado

    Existem diversos tipos de cicatrizes pós-acne, que podem ser divididas em dois grandes grupos: as cicatrizes hipertróficas e as atróficas

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    As hipertróficas são as mais elevadas, geralmente com uma coloração rosada ou escurecida. Para esses casos, a infiltração de corticoides é uma excelente opção. E é curioso que, nesse caso, nós utilizamos um efeito colateral dos corticóides, que é afinar a pele, para tratar lesões espessas. Outra opção é a excisão cirúrgica, reservada para casos mais exuberantes. 

    As cicatrizes atróficas são as mais comuns, e formam pequenas depressões, ou “furinhos” na pele. Nesses casos, precisamos remodelar as fibras de colágeno daquele local, o que pode ser feito através de peelings, microagulhamento, lasers, subcisão, bioestimuladores de colágeno, dermoabrasão, radiofrequência microagulhada, entre outras opções. 

    Aqui, a regra é associar procedimentos e dividir o tratamento em sessões. Existem também cicatrizes atróficas mais severas, com depressões muito pronunciadas, que podem se beneficiar de preenchimento com ácido hialurônico ou até excisão cirúrgica. 

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    Na prática, raramente recebemos um paciente com apenas um tipo de cicatriz. Por isso, é essencial fazer uma avaliação individualizada para atender melhor cada caso e para adequar as expectativas em relação ao tratamento. 

    Em muitos casos, não conseguimos reverter completamente o processo, mas é possível, sim, melhorar o aspecto global da pele e impactar positivamente na autoestima dos pacientes. 

    *Aline Erthal é dermatologista graduada pela Universidade de São Paulo (USP) e diretora médica da área de dermatologia da Omens, plataforma que trata da saúde masculina. 

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