Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde

Fibromialgia: onde estamos e para onde escolhemos ir

No mês de conscientização sobre essa condição marcada por dores, médico nos convida a conhecê-la melhor e conta o que está ao nosso alcance para tratá-la

Por Marcos Renato de Assis, reumatologista*
Atualizado em 25 abr 2023, 11h00 - Publicado em 25 fev 2022, 17h09
o que é a fibromialgia
Fibromialgia afeta mais mulheres e compromete o estado físico e emocional. (Foto: Klara Kulikova/ Unsplash/Divulgação)
Continua após publicidade

A fibromialgia é uma síndrome que se caracteriza por dor crônica difusa ou migratória pelo corpo, acompanhada de um conjunto de distúrbios funcionais. A conversa com o médico e o exame físico são a base para o diagnóstico e a avaliação de sua gravidade − não há exames subsidiários específicos até o momento.

O problema não tem causa definida, mas depende de fatores físicos, emocionais, genéticos, hormonais, infecciosos, traumáticos, entre outros.

Frente a uma variedade de estímulos, experiências e lesões, o sistema nervoso pode formar e reorganizar conexões entre os neurônios, no cérebro e na medula espinhal, alterando os mecanismos de estímulo ou supressão da dor.

É isso que está por trás da chamada nociplástica, um mecanismo que, explicando de modo simplificado, eleva a percepção das dores sem que haja danos nos tecidos ou ativação dos receptores no local. 

A avaliação médica compreensiva é fundamental, enquanto os exames complementares servem para diferenciar o quadro de outras enfermidades ou para investigar doenças coexistentes, que atuam como desencadeantes, agravantes ou perpetuantes da dor.

+ Leia também: A fisioterapia no controle das dores da fibromialgia

Sabemos que a coleta e a interpretação dos dados dos pacientes podem ser desafiadoras nesse contexto, mas deixar de diagnosticar a fibromialgia ou atribuir qualquer queixa a um mero rótulo são falhas com várias consequências negativas. Daí a importância de consultar um profissional com a devida formação na ciência das dores.

Continua após a publicidade

Um vasto repertório de queixas costuma ser relatado por quem convive com a fibromialgia. Elenco algumas delas:

  • Indisposição
  • Sono não restaurador
  • Ansiedade e depressão
  • Constipação e diarreia
  • Intolerância a ruídos altos, baixas temperaturas e luz ou cheiro intenso
  • Dificuldade de concentração e memória
  • Desequilíbrio físico
  • Bexiga irritável
  • Bruxismo

Diante disso, os pacientes comumente passam por vários médicos e exames, cultivando medos e frustrações. O receio de que uma doença grave venha trazer sequelas ou ameaça à vida também se vê com frequência, por isso é importante esclarecer prontamente que a fibromialgia não oferece esses riscos.

Compartilhe essa matéria via:
Continua após a publicidade

A identificação do contexto familiar, social e laboral, bem como das demandas, expectativas e conflitos que a pessoa vivencia, é crucial para planejar o tratamento.

Sintomas que se arrastam por anos, perdas e rejeições provocam crenças distorcidas e comportamentos que reduzem a capacidade de enfrentamento da condição.

Vários “tratamentos mágicos” proliferam sem evidência científica, causando atrasos, gastos e decepções.

Quanto mais precoce for o diagnóstico, seguido de uma abordagem ampla e individualizada, maiores as chances de diminuir ou interromper o sofrimento. Isso mostra a relevância da parceria entre o paciente, seu médico e outros profissionais da saúde envolvidos.

Continua após a publicidade

O tratamento não farmacológico é indispensável; sem ele, o progresso é limitado e fugaz. Os exercícios físicos são eficientes contra diversas queixas e devem ser orientados conforme a aptidão física, com progressão suave e segurança, tornando-se um hábito. Atividades de lazer, higiene do sono, apoio da rede sociofamiliar e suporte psicológico também fazem diferença.

+ Leia também: Vem aí um colchão ideal para quem tem fibromialgia

Poucos medicamentos são aprovados especificamente (em bula) para fibromialgia, mas várias drogas – entre antidepressivos, anticonvulsivantes, relaxantes musculares, analgésicos e outros – podem ser estrategicamente associadas para enfrentar o quadro.

Certamente, há demandas não atendidas na fibromialgia, como medidas mais objetivas da gravidade dos casos e medicações mais efetivas. Mas precisamos fazer bom uso das soluções e alternativas já disponíveis e distinguir os papéis de cada uma delas nessa empreitada.

A sociedade como um todo deve romper os preconceitos diante das pessoas com qualquer tipo de dor crônica e expandir sua capacidade de acolhimento. Valorizar a assistência à saúde de qualidade passa por reconhecer os recursos humanos e investir neles. 

Continua após a publicidade

Os pacientes, por sua vez, devem se empenhar no autoconhecimento e nas mudanças no estilo de vida. E os profissionais precisam enxergar o convite oferecido pela fibromialgia para serem mais inteiros e humanos ao lidar com o sofrimento do outro. Dessa maneira todos sairemos melhores.

* Marcos Renato de Assis é reumatologista, doutor em reabilitação pela Unifesp e membro da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.