Minoxidil: qual a diferença entre loção e comprimido?
A escolha entre o composto oral e tópico deve ser feita com a orientação de um dermatologista, considerando as necessidades do paciente

O minoxidil é um dos tratamentos mais conhecidos para calvície, e até pouco tempo atrás sua única apresentação era a tópica, em loção. Recentemente, o uso da forma oral ganhou força e respaldo científico, mas a escolha entre uma forma ou outra ainda gera algumas dúvidas.
A versão em loção ou espuma é a mais popular e de uso externo. Aplicada diretamente no couro cabeludo, age estimulando a circulação local e prolongando a fase de crescimento dos fios.
É uma opção segura, com poucos efeitos colaterais, como irritação no couro cabeludo ou descamação. Ela costuma ser a escolha para casos iniciais de alopecia androgenética, pacientes com contraindicações ao uso da medicação via oral e por quem prefere esta apresentação por ter uma ação restrita ao local de aplicação.
Já o minoxidil em comprimido, originalmente um medicamento para tratar pressão alta, também tem apresentado ótimos resultados na queda capilar. Ele age de forma sistêmica, melhorando a vascularização do couro cabeludo e estimulando o crescimento do cabelo.
No entanto, pode causar efeitos colaterais como inchaço, queda da pressão e aumento de pelos em outras áreas do corpo, o que chamamos de hipertricose.
+ Leia também: Minoxidil pode causar “síndrome do lobisomem”?
Ele é a escolha para alopecias mais avançadas, para pacientes com alergia ou sensibilidade ao uso da loção e, principalmente, para quem esquece de aplicar a loção diariamente, o que compromete o resultado do tratamento.
Apesar de mais prática, não é todo paciente que pode utilizar a versão oral deste medicamento. As principais contraindicações ao uso do minoxidil em comprimido são insuficiência cardíaca, renal e hepática. É importante lembrar que gestantes não podem utilizar nenhuma das formas.
A escolha entre minoxidil oral e tópico deve ser feita com a orientação de um dermatologista, considerando o tipo de queda, as necessidades do paciente e os possíveis efeitos colaterais.
Mas, independentemente da forma utilizada, é essencial entender que o minoxidil não é uma cura definitiva para a calvície, mas sim um tratamento de uso contínuo. Seus efeitos benéficos dependem da regularidade do uso, pois ele atua prolongando a fase de crescimento dos fios.
Se o tratamento for interrompido, os cabelos que estavam sob sua ação tendem a entrar novamente na fase de queda, e a calvície volta a progredir. Por isso, é fundamental manter o uso conforme a recomendação médica para preservar os resultados obtidos a longo prazo.
*Aline Erthal é dermatologista graduada pela Universidade de São Paulo (USP) e diretora médica da área de dermatologia da Omens, plataforma que trata da saúde masculina.