Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Precisamos dar mais atenção e cuidado a pessoas e famílias LGBTQIA+

Respeito e compreensão de particularidades são vitais para uma assistência adequada, inclusive na rotina de exames, na gestação e no parto

Por Jorge Rezende Filho, ginecologista e obstetra*
2 out 2022, 08h58
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O respeito à diversidade de orientação sexual e de gênero é uma conquista recente, que requer constante vigilância e atenção de todos. De nossa parte, acredito que a medicina deve exercer um papel fundamental nessa conquista, em especial no que tange aos cuidados que os profissionais devem dedicar a essa população.

    Antes, alguns esclarecimentos sobre a sigla. Para quem não sabe, “LGB” se refere à orientação sexual e significa lésbicas, gays e bissexuais; “TQI” corresponde à identidade de gênero: transexuais, queer e intersexo; o “A” se refere a assexuais; e o sinal de “+” engloba pessoas não binárias, pansexuais e demais identidades.

    Muito além da sigla, sempre aberta a incluir, essas pessoas merecem, como qualquer cidadão ou cidadã, a atenção especial dos integrantes dos serviços de saúde e a compreensão de suas particularidades.

    Esse é um assunto que não pode mais passar batido pela ginecologia e a obstetrícia, por exemplo. Não à toa, a 14ª edição do livro Rezende Obstetrícia (clique para comprar), manual destinado a profissionais da área editado pela primeira vez pelo médico Jorge Rezende em 1961, traz um capítulo especial a essa questão.

    Entre conceitos, ensinamentos e sugestões, a obra lembra que os profissionais devem tratar os pacientes pelo seu nome e pronome de escolha. O atendimento às pessoas trans precisa ser multidisciplinar e contar com vários especialistas, entre eles psicólogos e psiquiatras.

    Continua após a publicidade

    + LEIA TAMBÉM: A saúde mental da população LGBTQIA+

    Anamnese e exame físico devem ser realizados respeitando-se as peculiaridades de cada indivíduo. Por exemplo: a rotina ginecológica para mulheres que fazem sexo com mulheres é idêntica à da população geral. A colpocitologia oncótica, que rastreia lesões no útero, deve ser realizada em todas as pessoas com esse órgão, seguindo o calendário estabelecido para a população geral, assim como a mamografia.

    Em relação à parentalidade LGBTQIA+, a experiência é complexa, envolve fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais e apresenta significados e percursos distintos em cada sociedade. As famílias podem se configurar de múltiplas maneiras (monoparentais, homoparentais, adotivas…) e inclusive ser recompostas.

    Diante desse cenário, os centros de reprodução assistida devem considerar as particularidades do atendimento aos indivíduos e às famílias LGBTQIA+, que podem buscar serviços diversos como doação de esperma, inseminação intrauterina ou fertilização in vitro.

    Continua após a publicidade

    Na assistência pré-natal, são mantidos os protocolos de exames, vacinação, número de consultas e acompanhamentos em geral. Cabe ressaltar que casais LGBTQIA+ podem ser atendidos no âmbito da assistência pré-natal a despeito de suas configurações, o que inclui homens e mulheres transexuais e casais homoafetivos.

    A assistência ao parto também deve contemplar essa diversidade, evitando-se a intersecção da violência obstétrica. Essas famílias merecem ser respeitadas em seus arranjos, e nunca devem ser questionadas com perguntas inconvenientes ou comentários preconceituosos.

    BUSCA DE MEDICAMENTOS Informações Legais

    DISTRIBUÍDO POR

    Consulte remédios com os melhores preços

    Favor usar palavras com mais de dois caracteres
    DISTRIBUÍDO POR
    Continua após a publicidade

    Nessa linha, também se deve respeitar o direito ao acompanhante de escolha da pessoa gestante. E é preciso contemplar a possibilidade de outra pessoa, além daquela que teve o parto, amamentar, o que pode envolver não apenas duas mães, mas combinações diversas de casais transexuais. Hoje existem protocolos específicos de indução da lactação em pessoas não gestantes.

    Auxiliar e orientar famílias na aceitação e na compreensão de seus membros LGBTQIA+ tem impactos importantes na vida de todos os envolvidos. Essas pessoas têm os mesmos direitos de qualquer cidadão, apenas possuem particularidades que precisam ser respeitadas, inclusive na gestação, no parto e no pós-parto.

    Eis um compromisso que a medicina deve abraçar; e a nova literatura médica, propagar.

    Continua após a publicidade
    Compartilhe essa matéria via:

    * Jorge Rezende Filho é professor titular da cátedra de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Academia Nacional de Medicina

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.