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Tecnologia e exercícios intensos: novos aliados contra doenças reumáticas

A área da reumatologia se renova e passa a contar com novos parceiros para o manejo de doenças

Por Fernanda Rodrigues Lima, reumatologista e médica do esporte*
4 Maio 2025, 07h00
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A reumatologia caminha para abordagens cada vez mais integradas (Freepik/Freepik)
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Nos últimos 20 anos, a reumatologia evoluiu significativamente no cuidado ao paciente. Antes, as opções terapêuticas eram limitadas e o repouso era recomendado frequentemente como estratégia para evitar a progressão das lesões articulares.

Atualmente, além de um arsenal terapêutico robusto, há evidências crescentes sobre a importância da atividade física não apenas na manutenção da saúde geral, mas também na preservação da função musculoesquelética. O fortalecimento muscular, a melhora da resistência, da flexibilidade e da agilidade são componentes essenciais no manejo dessas condições.

Nesse contexto, desde 2006, o Colégio Americano de Medicina Esportiva conduz uma pesquisa anual para identificar tendências no setor fitness. A pesquisa é dinâmica, com novas abordagens sendo incorporadas ou descartadas conforme a evolução das evidências científicas.

Entre as indicações mais recentes, duas se destacam no cuidado ao paciente reumatológico: a tecnologia vestível e o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT, na sigla em inglês).

+ Leia também: A evolução dos wearables como ferramentas de inclusão e acessibilidade

Os dispositivos vestíveis – popularmente conhecidos como wearables – ocuparam o primeiro lugar na pesquisa de tendências para 2025.

Na forma de relógios, pulseiras, anéis e adesivos, esses dispositivos fornecem dados valiosos sobre a atividade física (passos, minutos ativos), indicadores fisiológicos (frequência cardíaca, eletrocardiograma, níveis de glicose e hidratação), além de padrões de sono, comportamento sedentário e estresse.

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Uma das vantagens desse tipo de tecnologia é a possibilidade de tornar o autocuidado mais dinâmico e motivador, por meio da gamificação de metas.

Movimentar-se mais, dormir melhor ou manter uma alimentação equilibrada podem se tornar desafios com recompensas, incentivando a adesão do paciente. Além disso, há estudos investigando o uso de wearables para detecção precoce de picos inflamatórios em doenças reumáticas, como a artrite reumatoide.

A identificação prévia dessas exacerbações pode reduzir o risco de lesões articulares irreversíveis e minimizar a necessidade de intervenções farmacológicas mais agressivas.

Entretanto, apesar dos benefícios, essa tecnologia ainda enfrenta desafios, como a privacidade dos dados, a precisão dos dispositivos e o custo dos equipamentos.

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Além disso, pacientes ansiosos ou hipervigilantes podem desenvolver estresse adicional ao monitorar constantemente seus parâmetros de saúde, sobretudo diante de variações inesperadas. Portanto, a recomendação de wearables deve ser individualizada, levando em consideração o perfil psicológico de cada um.

+ Leia também: Relógio esportivo de ponta promete mais precisão nas medições

HIIT para pacientes reumáticos

Outro destaque da pesquisa foi o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT), um método baseado na alternância entre períodos curtos de esforço máximo (acima de 85% da frequência cardíaca máxima) e momentos de recuperação ativa ou passiva.

O HIIT tem se consolidado como uma abordagem eficiente e acessível, devido à curta duração das sessões e à necessidade mínima de equipamentos, podendo ser adaptado a diferentes ambientes e públicos.

Estudos indicam que o HIIT traz benefícios significativos para indivíduos com doenças cardiometabólicas, câncer e, mais recentemente, doenças reumatológicas. No entanto, sua aplicação nesse público requer precauções.

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O risco cardiovascular deve ser avaliado antes da prescrição, e o protocolo deve ser ajustado às limitações articulares do paciente, evitando sobrecarga em articulações comprometidas ou restringindo sua amplitude de movimento.

Entre as adaptações mais promissoras para pacientes reumatológicos está o HIIT aquático, realizado na piscina, com ou sem equipamentos de flutuação.

A resistência e a flutuabilidade da água reduzem o impacto articular, permitindo maior segurança e conforto durante a prática. Outras opções incluem o uso de bicicletas estacionárias, esteiras e máquinas elípticas, que minimizam impactos e podem ser ajustadas conforme as necessidades individuais.

Não podemos negar que a incorporação de novas tecnologias e metodologias ao cuidado do paciente reumatológico reflete o avanço da medicina personalizada.

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Desde que indicados corretamente e ajustados às particularidades de cada paciente, tanto os dispositivos vestíveis quanto o HIIT representam ferramentas valiosas para otimizar a qualidade de vida e o manejo das doenças reumáticas.

O futuro da reumatologia, assim como o da medicina como um todo, caminha para abordagens cada vez mais integradas, individualizadas e embasadas em evidências científicas.

*Fernanda Rodrigues Lima é reumatologista e médica do esporte, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e do Laboratório de Avaliação e Condicionamento Físico da Reumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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