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Ultrassom na dermatologia: aliado em procedimentos clínicos e estéticos

Imagens fornecidas por aparelhos cada vez mais modernos podem contribuir com diagnóstico e tratamento de doenças, além de favorecer procedimentos de beleza

Por Luciana Zattar, radiologista*
Atualizado em 17 ago 2021, 09h35 - Publicado em 11 ago 2021, 10h21
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  • Os avanços da tecnologia chegaram até os equipamentos de ultrassom. Antes, eles eram aptos apenas para avaliar alguns órgãos. Hoje, modelos mais avançados estão preparados para “enxergar” a pele, o maior órgão do corpo humano, com uma ótima resolução. A evolução tornou possível, assim, a parceria entre duas especialidades da medicina: a radiologia e a dermatologia.

    O uso do ultrassom em dermato é relativamente novo. Um dos primeiros estudos sobre o tema é da década de 1970, mas o avanço mais expressivo aconteceu de dez anos para cá, justamente com a chegada dos novos equipamentos. Eles passaram a permitir essa “leitura da pele”, funcionando como um braço direito do dermatologista – tanto para identificar doenças como para auxiliar em procedimentos estéticos.

    Os cirurgiões plásticos também passaram a se beneficiar das imagens para melhorar seus tratamentos e a acuidade de algumas intervenções cirúrgicas.

    Quando o assunto são lesões de pele, o ultrassom pode ajudar no diagnóstico, na avaliação e no tratamento. É possível, por exemplo, diferenciar a composição da lesão – se é cística, como um cisto sebáceo, se é sólida ou ainda vascular – e a exata localização da anomalia de acordo com as camadas da pele. Com uma análise meramente clínica, essas lesões poderiam ser erroneamente confundidas e mal interpretadas.

    Outra aplicabilidade é na identificação dos diferentes cânceres de pele. A ultrassonografia aponta se estamos diante de um tumor mais ou menos agressivo e a espessura da lesão, além de contribuir para o planejamento da cirurgia de retirada, uma vez que o médico terá uma noção mais precisa sobre a área a ser ressecada. Para completar, favorece o monitoramento do pós-cirúrgico.

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    No caso das doenças congênitas, novamente o ultrassom é aliado, já que facilita a investigação de má formação vascular e hemangiomas. Além de diagnosticar, é possível, por meio das imagens, acompanhar o tratamento – feito por medicação oral ou tópica – e ver se está oferecendo bons resultados.

    Doenças inflamatórias, como psoríase, morfeia e hidradenite, são os próximos alvos dos radiologistas na área de dermatologia – e essa, aliás, deve ser a área que mais ganhará adeptos. Afinal, a olho nu não se vê a inflamação, o que compromete a orientação para a melhor conduta.

    + LEIA TAMBÉM: A psoríase e a vergonha do corpo

    As unhas também podem ser avaliadas ao ultrassom, permitindo diagnósticos mais precisos – é possível avaliar as causas de alterações de crescimento, inflamações e tumores, por exemplo – e também o melhor planejamento de tratamentos e cirurgias, aperfeiçoando os resultados estéticos.

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    Ultrassom na beleza

    A dermatologia com fins estéticos também ganha com o uso do aparelho. No caso dos preenchedores faciais, como ácido hialurônico, o médico consegue fazer um mapeamento e identificar o tipo utilizado em seu paciente e a localização. Assim, não há a necessidade de biópsia nem o risco de depositar mais material onde já tem acúmulo, o que pode precipitar complicações.

    As imagens também permitem que a aplicação aconteça exatamente na camada da pele que se deseja, evitando atingir vasos e outras estruturas. Da mesma forma, quando for necessário retirar o produto, o ultrassom poderá guiar o procedimento, diagnosticando e analisando complicações.

    Em cosmiatria, o aparelho trabalha para aferir a qualidade da pele, o envelhecimento e a espessura. Ainda pode atuar antes e depois de tratamentos, como o ultrassom microfocado, laser e até protocolos com dermocosméticos.

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    Já na cirurgia plástica, pacientes que serão submetidos à blefaroplastia, bichectomia e rinoplastia, por exemplo, podem ser avaliados antes, para que o cirurgião veja os locais de ação, e também depois, para constatar resultados e possíveis complicações. O mesmo processo vale para lipoaspiração ou técnicas que utilizam injeções para degradar a gordura localizada.

    Apesar das inúmeras possibilidades, a utilização do ultrassom em dermatologia ainda configura uma novidade para os próprios médicos. Mas os benefícios e a melhor acurácia em diagnósticos e tratamentos precisam ser conhecidos pelos profissionais e também por seus pacientes. O livro Ultrassonografia Dermatológica (Editora Manole) traz, de forma didática, o ranking de aplicabilidades da tecnologia em prol de uma medicina de precisão.

    *Luciana Zattar é radiologista e autora do livro Ultrassonografia Dermatológica, lançamento da Editora Manole.

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