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Pediatras e outros experts da Sociedade de Pediatria de São Paulo discutem e ensinam medidas básicas para a criançada se desenvolver com saúde
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O papel do pai nos primeiros 1 000 dias da criança

Ele deve ser presente e ativo para que o filho possa se desenvolver plenamente

Por *José Gabel, pediatra
Atualizado em 16 nov 2019, 12h10 - Publicado em 16 nov 2019, 11h10
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  • Os 1 000 dias correspondem ao período da vida que vai da concepção até o final do segundo ano de vida da criança. O que acontece nessa fase, em termos de saúde física e emocional, será crucial para garantir seu crescimento e desenvolvimento saudáveis. Nesse momento, a criança depende dos cuidados de um adulto e, por isso, é fundamental que tenha um ambiente adequado e acolhedor para criar laços fortes com seus principais cuidadores: mãe e pai.

    O pai é aquele que chega para estabelecer com o filho a primeira relação que vai além da mãe. E ele precisa estar presente em todos os instantes da vida da criança. Cabe notar que a figura paterna deixou de ser autoritária, sem expressão de sentimentos e afeto, e começou a conquistar novos espaços. Foi-se o tempo em que o homem era visto como o mais bravo da casa! Mas, claro, deve haver autoridade. Esta deve ser utilizada para dar orientações certeiras e gerar confiança e independência – e não provocar medo.

    Sem falar que ele também é fonte de segurança para a mulher. Portanto, seu envolvimento com o bebê deve ser iniciado o mais precocemente possível. Isso ajudará a proporcionar o fortalecimento dos vínculos familiares e o desenvolvimento da personalidade da criança. Ações como acariciar, segurar no colo, dar medicações, trocar fraldas, estar com a mãe durante as mamadas e acalentar são fatores positivos, capazes de aprimorar o desenvolvimento global da criança.

    A participação efetiva do pai na vida de um filho promove segurança, autoestima, independência e estabilidade emocional. Atualmente, eles estão cada vez mais inseridos nos cuidados com os bebês, principalmente com a nova realidade social, na qual os homens têm exercido o papel de compartilhar as tarefas com a mulher dentro de casa.

    Mas é necessário que o pai não esteja presente apenas fisicamente. Ele deve contribuir para a educação e a formação dos filhos. Esse maior nível de envolvimento paterno está relacionado a menores índices de problemas de comportamento na infância (especialmente no que diz respeito à agressividade infantil) e a um melhor desempenho acadêmico, entre outros benefícios.

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    Quando uma criança se vê rejeitada pelo pai, ou não sente que é desejada como filho, existe o risco de ficar frustrada, insegura e ansiosa. Essa quebra do vínculo afetivo pode repercutir nas relações que ela desenvolve no futuro, comprometendo a formação de novos laços. Por outro lado, quando se sente querida, a noção de bem-estar é muito maior e isso é essencial para o desenvolvimento emocional.

    Então, pai, aqui vão algumas dicas:

    1. Seja proativo desde o nascimento, dividindo tarefas e a responsabilidade dos cuidados com o bebê.

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    2. Participe das atividades e das brincadeiras, e encontre seu caminho para construir dinâmicas exclusivas entre vocês dois. Conversar com amigos e conhecidos sobre o assunto pode ajudar.

    3. Tenha momentos de qualidade com o seu filho, sem pressa. É a melhor forma de viabilizar um aprendizado conjunto.

    4. Converse com os pediatras, professores e profissionais que atendem a sua criança.

    José Gabel é pediatra e membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)

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