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Neste espaço, especialistas e articulistas vinculados ao Movimento Falar Inspira Vida promovem orientações e discussões sobre cuidados com a saúde mental e o controle de doenças como a depressão
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Como a saúde mental afeta sua vida social e profissional?

Quando as emoções estão em desequilíbrio, é preciso "recalcular a rota"

Por Camila Tuchlinski, psicóloga*
2 set 2023, 08h24
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Quando a gente compartilha o que sente com alguém, a caminhada fica menos exaustiva (Ilustração: Nik Neves/SAÚDE é Vital)
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Em um mundo cada vez mais veloz e exigente, a verdade é que a gente nunca para. Nem para pensar sobre o quanto a nossa saúde mental é capaz de causar impactos e limitar, em certa medida, a nossa vida social e profissional. A vida simplesmente acontece e a gente vai atropelando o que sente.

Enquanto crescemos, somos ensinados que precisamos ter amigos, um amor, um trabalho. É preciso socializar. Ser produtivo. ‘Ser feliz’ é praticamente uma imposição.

Tantas cobranças exercem no ‘mundo interno’ de cada pessoa uma espécie de pressão. Há quem diga que se sinta motivado com isso. Mas a verdade é que muitos não conseguem lidar com a frustração de não alcançar o que se espera de um ‘sujeito normal’.

Do ponto de vista psicológico, as maiores demandas de consultório da atualidade revelam parte desse problema.

+ Leia também: É preciso reverter a cultura do burnout

Antes mesmo de a pandemia de Covid-19 surgir, houve uma explosão no número de casos de ansiedade e depressão. Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimava que, em 2020, a depressão seria a doença mais incapacitante do planeta.

Em setembro do ano passado, a mesma OMS divulgou um relatório em que revelou que aproximadamente 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos todos os anos por causa da ansiedade e da depressão, gerando um custo à economia mundial de quase 1 trilhão de dólares.

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Diante desses dados, é difícil saber, no detalhe, se a ocupação em si ou algo relacionado à vida pessoal provocou os diagnósticos que afastaram esses trabalhadores da função.

+ Leia também: Desvalorizar o tempo de lazer pode fazer mal para a saúde mental

Isso sem contar a subnotificação e os intangíveis prejuízos sociais dos pacientes e suas famílias.

Sim, porque uma saúde mental prejudicada também impacta negativamente nas relações interpessoais. Irritabilidade, angústia e melancolia podem afastar amigos e parceiros amorosos.

O desequilíbrio produz ainda relações tóxicas, cujos efeitos são traumáticos e, por vezes, levam anos para serem superados.

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Saúde mental impacta na rotina de trabalho e vice-versa (Ilustração: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)

Recalcular a rota

Quando as emoções estão à flor da pele, é preciso ‘recalcular a rota’ da vida e buscar ajuda.

Antes mesmo de chegar a esse ponto, é possível adotar medidas preventivas. Muitas acabam sendo discutidas em sessões de psicoterapia, mas você pode refletir sobre algumas:

  • Desapegue da perfeição: Muitas vezes achamos que o que produzimos é insuficientemente bom. Troque por “vou fazer o melhor com as ferramentas que tenho”.
  • Dê menos importância para o que os outros pensam: Não há controle sobre isso e a verdade é que, mesmo fazendo o seu melhor, você não está imune a críticas.
  • Agrade a si: Por que parece tão errado a gente se colocar como prioridade? A pessoa mais importante na sua vida é você.
  • Revise seus relacionamentos: Cada um dá o afeto que consegue, portanto, é preciso reavaliar se o convívio com algumas pessoas preserva ou afeta sua saúde mental.
  • Desacelere: Se você perceber que nada na vida é urgente, sentirá um alívio praticamente imediato.
  • Tenha orgulho de você: A gente passa a vida tentando dar orgulho as pessoas que amamos, mas esquece de valorizar nossas próprias conquistas, das mais simples às mais importantes. Está na hora de se olhar com mais generosidade.
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Não lidar bem com frustração, idealizar algo que não se concretiza, se sentir desvalorizado no trabalho ou no relacionamento amoroso, se decepcionar com amigos ou familiares: tudo isso acaba fazendo parte do viver.

Porém, quando a gente compartilha o que sente com alguém, a caminhada fica menos exaustiva. Lembre-se: você não está sozinho.

*Camila Tuchlinski é psicóloga, psicoterapeuta e pós-graduada em psicologia psicossomática

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