Falar sobre depressão é sempre delicado. Seja pela falta de conhecimento da população em geral, pelo estigma que ainda cerca a doença ou pelo desafio em diagnosticar e tratar adequadamente.
É necessário abordar o tema em todos os meses do ano, muito além do Setembro Amarelo.
Ora, a depressão está entre as doenças mais incapacitantes, comprometendo a interação social e a saúde física. Trata-se de uma condição que impacta o dia a dia do paciente e tem um caráter crônico, o que significa que pode durar por toda a vida se não tratada adequadamente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho sejam perdidos todos os anos por causa de depressão e ansiedade, um prejuízo de quase 1 trilhão de dólares à economia global.
No entanto, não precisa ser assim. É possível controlar os sintomas da depressão, melhorando a qualidade de vida e alcançando a remissão da doença. Mas isso só é possível por meio da busca da ajuda especializada e intervenção médica o mais cedo possível.
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Pela demora no diagnóstico ou pela própria característica da doença, que é diferente em cada paciente, existem muitos casos em que os sintomas depressivos permanecem, afetando a vida de forma contínua.
São os chamados sintomas residuais, que incluem fadiga, insônia, dificuldade de concentração, falta de motivação e impactos até mesmo na parte cognitiva.
Daí a enorme importância de se insistir no tratamento para a tão almejada melhora, mesmo que que haja a necessidade de mudanças de rota ao longo do percurso – o que é absolutamente normal, inclusive com outras doenças. A troca entre médico e paciente é fundamental na busca pelas soluções mais adequadas.
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Quando a depressão leva ao suicídio
Em alguns casos, infelizmente, a doença evolui para estágios mais graves, com a presença de ideação ou comportamento suicida.
Pensamentos sobre morte e comportamento suicida são um sinal de extrema angústia e não uma forma de querer chamar a atenção. Portanto, jamais devem ser ignorados.
Falas frequentes a respeito de morte, desesperança, sentimento de culpa, falta de autoestima e uma visão negativa da própria vida e do futuro são manifestações que devem servir de alerta.
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Além disso, não podemos esquecer das pessoas que tentaram o suicídio e continuam sofrendo. O histórico é o fator de risco mais importante para uma nova tentativa. E, embora o suicídio não seja a principal causa de morte dos pacientes com depressão, o fato de ter a doença aumenta o risco.
É para evitar esse desfecho que o tratamento precisa ser encarado como uma urgência de saúde.
Ter uma rede de apoio faz parte da jornada de cuidado e tratamento dos pacientes. Amigos e familiares devem estar atentos e dispostos a escutar, proporcionando um ambiente acolhedor e confiável, para que o paciente possa se abrir, livre de julgamentos. Dar o primeiro passo é muito importante e pode fazer a diferença para uma jornada bem-sucedida.
Ciente de sua missão de que cada vez mais pessoas recebam terapias compatíveis com o seu quadro e assumindo a responsabilidade de ser fonte disseminadora confiável de informação, a Janssen lidera o Movimento Falar Inspira Vida.
A iniciativa, criada em 2020, visa contribuir para uma sociedade mais preparada e acolhedora.
Por meio do site, é possível baixar guias práticos sobre depressão, focados em públicos diferentes, incentivando o diálogo e a escuta ativa, tão fundamentais para o primeiro passo.
Peço aos pacientes que não percam a esperança e persistam no cuidado.
Aumentando o alcance das informações sobre a doença teremos redes de apoio mais preparadas para ouvir e acolher os pacientes de braços abertos. Se cada um fizer a sua parte e tratar o tema com a urgência necessária, será possível ampliar a qualidade de vida e preservar o convívio dessas pessoas.
*Marina Belhaus é diretora médica da Janssen Brasil