Casos de afogamento de crianças aumentam no verão
5 crianças e adolescentes morrem por dia no Brasil em acidentes do tipo. Saiba como prevenir

Você sabia que o afogamento é uma das principais causas de morte em crianças, figurando entre as 10 mais frequentes, e podendo estar entre as primeiras na faixa etária entre 1 e 4 anos?
Dados do Boletim Epidemiológico de Afogamentos no Brasil, divulgados em 2024 pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), mostram que 3 crianças e 2 adolescentes morrem afogados por dia, sendo os últimos em maioria meninos.
Dois terços das mortes em menores de 9 anos de idade ocorre dentro das residências. Bebês estão em maior risco doméstico, com uma morte a cada 2 dias, em banheiras, baldes, bacias, espelhos d’água, e até mesmo no tanque de lavar roupas. Bastam 5cm de profundidade para causar um afogamento.
Já crianças maiores apresentam maior incidência de afogamento em piscinas, rios, lagos, mares. Mesmo sabendo nadar, crianças de 4 a 12 anos têm risco pela sucção de bombas de piscinas.
Esse alerta é importante pois no verão a incidência de afogamentos aumenta em quase 40% em relação à média de todos os outros meses do ano.
Com a chegada do clima mais quente e das férias escolares, muitas famílias buscam atividades recreativas em ambientes aquáticos. Esses momentos trazem diversão, mas também perigos sérios.
As crianças costumam ser muito curiosas, vulneráveis e têm dificuldade de avaliação de riscos. Ou seja, basta um piscar de olhos e elas podem se entreter com a água no balde ou na bacia, perder o equilíbrio e sofrer um acidente.
Uma criança pode perder a consciência em cerca de dois minutos submersa na água. Com a aspiração de líquido, as vias aéreas, como traqueia e pulmões, são obstruídas o que pode levar a óbito por asfixia. Isso acontece de forma rápida e silenciosa, exigindo um cuidado redobrado.
É importante ressaltar que o afogamento pode trazer danos irreversíveis a partir de quatro minutos sem oxigenação normal no cérebro, causando inclusive infecções ou, ainda, sequelas mais graves, como as neurológicas, que incluem diminuição da coordenação motora, convulsões e até mesmo tetraplegia.
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Como agir diante de um afogamento e como evitá-lo
Em uma situação como esta, a criança deve ser levada imediatamente ao hospital. Entretanto, 90% dos óbitos por afogamento ocorrem antes mesmo de se chegar à emergência. Portanto, prevenção é a palavra-chave quando se trata de evitar este acidente.
Algumas dicas podem ser adotadas para pais de bebês e crianças:
- Espaços como áreas de serviço, banheiros e quintais com piscinas devem ter acesso restrito;
- Evite deixar bacias, baldes ou piscinas infantis com água enquanto não estiverem sendo usadas;
- Nunca deixe crianças pequenas sozinhas, principalmente dentro ou próximas da água, mesmo no banho;
- Não deixe brinquedos ou outros atrativos próximos à piscina para que elas não queiram brincar na água;
- Em piscinas, não esquecer de colocar as boias e salva-vidas apropriadas para a idade; e quando na água, eles sempre devem estar a 1 braço de distância, sob supervisão constante.
“A educação aquática não se faz retirando as crianças da água, mas dentro dela. Ela precisa dessa experiência, pois só aprendendo, ela consegue aprender a como lidar nesses momentos e dessa forma evitar os possíveis afogamentos”, explica Henry Assef, CEO da Tuba GO, ganhadora do 2º Sabará Pediatric Innovation Day, uma iniciativa do Sabará Hospital Infantil para reconhecer atividades inovadoras na pediatria.
A Tuba GO é uma plataforma 100% gratuita que traz jogos, guias educativos e cursos e tem como intuito conscientizar e informar sobre o afogamento infantil de uma maneira lúdica tanto para os adultos, quanto para as crianças.
Em caso de emergência, ligue para o SAMU (192) ou Corpo de Bombeiros (193). Eles orientarão sobre o melhor procedimento a ser realizado no momento.