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Caminhos para uma infância mais saudável e com o melhor suporte médico são o mote dos artigos do pediatra Felipe Monti Lora, CEO do Sabará Hospital Infantil

Pneumonia infantil requer atenção (e quanto antes, melhor!)

Nosso colunista faz um alerta sobre esse problema respiratório que pode acarretar falta de ar e prostração entre os mais novos

Por Felipe Monti Lora
17 nov 2022, 17h46
vacina contra pneumonia
Pneumonia pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos, informação importante para o tratamento. (Ilustração: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
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A pneumonia é muitas vezes tida como consequência do agravamento de uma gripe ou resfriado, mas nem sempre é assim. A infecção deve ser investigada com toda a atenção em crianças devido à sua potencial gravidade nessa faixa etária.

Há mais de uma década a Organização Mundial da Saúde (OMS) utiliza o mês de novembro para conscientizar as pessoas sobre a pneumonia. A doença é marcada por uma inflamação dos pulmões, quase sempre associada a uma infecção 

Essa inflamação leva a dificuldade de trocas gasosas no pulmão, impedindo-o de realizar sua função principal, que é captar oxigênio para as células sanguíneas. Por isso, pode ser parte do tratamento hospitalar o uso de oxigênio inalatório, que facilita a respiração

Como os sintomas iniciais (tosse, febre, redução do apetite, obstrução nasal…) são comuns aos de doenças respiratórias mais leves ou localizadas nas vias aéreas superiores, é natural que as pessoas fiquem confusas e não saibam bem como agir.

Mas os sintomas da pneumonia se diferenciam em poucos dias de evolução, na medida em que causam dificuldade respiratória e prostração. Nesse período, a doença passa a ser perceptível também ao exame físico do paciente. Não obstante, muitos pediatras orientam aguardar 48 a 72 horas após o início dos sintomas para avaliação mais apurada, desde que o estado geral da criança esteja bom.

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É importante pais e cuidadores terem em mente que devem levar os pequenos à avaliação médica imediata em caso de falta de ar e prostração. Ou programar uma consulta em torno de dois dias de evolução do quadro respiratório.

+ LEIA TAMBÉM: O risco de doenças já eliminadas voltarem ao Brasil

Após a avaliação clínica e o diagnóstico correto, a maior parte das crianças pode realizar o tratamento em casa, não sendo necessária a internação. Medidas de suporte são bastante importantes nesse sentido, tais como:

* usar antitérmicos para o maior conforto da criança, que também pode ter episódios de febre;
* inalar soro fisiológico para fluidificar as vias aéreas, a fim de mobilizar a secreção contida na árvore respiratória para fora do organismo;
* manter bom estado de hidratação para o melhor funcionamento do organismo, e reduzir o espessamento de muco, facilitando sua remoção.

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A escolha do uso de medicamentos antimicrobianos depende do agente infeccioso presente. Em casos de pneumonia viral, para pacientes com uma boa imunidade, raramente há a necessidade de alguma medicação específica.

Por outro lado, a prescrição é rotina nas infecções por bactérias (antibióticos) e fungos (antifúngicos). A opção terapêutica depende de diversos fatores, como mecanismo de ação do remédio, absorção, difusão e excreção pelo corpo, espectro de micro-organismos que a droga atinge, tolerância do organismo etc. No caso de crianças pequenas, podemos acrescentar via de administração e sabor.

Quero destacar que, para alguns desses agentes infecciosos, há vacinas disponíveis, e, de modo geral, quanto maior o número de sorotipos do patógeno contemplados pelo imunizante, melhor! As vacinas são a principal estratégia preventiva contra alguns tipos de pneumonia, como as bacterianas. Existem imunizantes que podem ser aplicados nos primeiros meses de vida, minimizando o risco de formas graves e complicações na infância.

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No Sabará Hospital Infantil, dentre os pacientes que foram internados com diagnóstico de pneumonia, a representatividade de crianças entre 1 e 4 anos aumentou  27% durante a pandemia. De 55% do total de pacientes internados até 18 anos em 2020 passou para 70% em 2022.

gráfico de crescimento da pneumonia nas internações do hospital sabará
(Gráfico: Sabará Hospital Infantil/Divulgação)

A causa desse fenômeno não tem motivo evidente. Discute-se a teoria de uma possível susceptibilidade imunológica em crianças que nunca tiveram contatos sociais frequentes devido ao isolamento necessário. A falta de circulação dos micróbios as teria feito perder a oportunidade de criar anticorpos de proteção. Isso nos faz pensar em um efeito rebote no retorno às aulas.

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Enquanto não temos a resposta definitiva, o melhor a fazer é tomar todos os cuidados possíveis: os preventivos e, uma vez que existam sintomas, a detecção precoce e o tratamento médico adequado.

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