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O Futuro do Diabetes

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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes

Implantes hormonais: quem paga a conta dos efeitos colaterais?

No SUS e na rede privada, pacientes chegam aos hospitais com problemas causados pelo uso de "chips" com testosterona e outros hormônios

Por Carlos Eduardo Barra Couri
6 mar 2025, 10h54
implante-hormonal
Implantes hormonais estão no centro de uma baita polêmica no mundo da medicina  (Fotos: celsopupo/Getty Images (implante) / Ilustração: Estúdio Tigre/Veja Saúde)
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Há muito tempo, diversas sociedades médicas consagradas promovem alertas para a sociedade civil sobre a falta de estudos clínicos bem conduzidos com os implantes hormonais ou “chips da beleza”.

Se faltam dados sobre a eficácia deles, o que mais sabe são os efeitos colaterais destas terapias como infarto, insuficiência renal, cardíaca e até mesmo morte prematura. Sem falar de engrossamento de voz e aumento de clítoris em mulheres, excesso de gordura no fígado, pele oleosa e repleta de pelos, irritabilidade, pressão alta, alteração de colesterol e triglicérides.

Estou falando aqui dos implantes com testosterona ou seus derivados, gestrinona, de diversas concentrações e naturezas, tanto para homens como para mulheres.

Implantes estes que contêm, além de hormônios, substâncias obscuras que poucos pacientes conhecem ou sabem informar a concentração do que está implantando em seu corpo. Poderia citar aqui, no mesmo contexto, qualquer terapia hormonal para fins estéticos e de performance.

+Leia também: A febre dos hormônios: cresce uso indevido de testosterona e companhia

Desconheço, inclusive, consagradas universidades ensinarem seus alunos sobre este tipo de terapia.

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O ponto crucial é que as clínicas e profissionais de saúde que indicam e tanto defendem estas terapias não são os profissionais de saúde que atenderão a pessoa no momento da sequela.

Eles não estarão no pronto socorro no momento de uma arritmia! Nem estarão na clínica de hemodiálise quando os rins pararem de filtrar. Nem estarão na UTI quando ocorrer uma insuficiência cardíaca ou infarto.

O objetivo deste texto é alertar um ponto que tem passado despercebido para muitos sobre as consequências deste mau uso de hormônios. Além dos malefícios individuais, a prática traz consigo uma enorme cascata de gastos com saúde, por vezes imensuráveis.

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Quem paga pelo tratamento das sequelas? Há pessoas que fazem tratamentos caros, mas tratam as sequelas no SUS, o que é um absurdo. Ou, por outro lado, mesmo que tenham bons convênios, estes gastos serão computados, elevarão a taxa de sinistros do ano e aumentarão as mensalidades no ano subsequente.

Muitos usuários de operadoras de saúde pagarão pelo aumento provocado por aqueles que fazem mau uso do seguro. E pelas folhas intermináveis de exames laboratoriais desnecessários “incluídos no convênio” que os profissionais prescritores de hormônios costumam solicitar.

Sabemos que, a despeito de tantos avisos e materiais informativos, muitos pacientes optam por fazer este tipo de terapia. Sempre, é claro, com aval de um profissional de saúde ao seu lado incentivando e mostrando apenas o suposto lado positivo.

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O que eles nunca mencionam é a pouquíssima evidência científica de segurança a longo prazo. Direta ou indiretamente, todo pagam a conta dessa conduta.

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