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DoxiPEP: uso de antibiótico após o sexo previne infecções

Ainda não disponível no SUS, terapia usa medicamento doxiciclina para evitar doenças como sífilis e clamídia

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
28 fev 2025, 18h00 •
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Doxiciclina é um antibiótico utilizado contra infecções bacterianas (Foto: Ksenia/Unsplash)
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  • Uma das estratégias mais recentes para promover saúde sexual é a DoxiPEP, que consiste na utilização do antibiótico doxiciclina após uma relação de possível contágio, para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) causadas por bactérias.

    O nome remete ao termo profilaxia pós-exposição (PEP), que ficou amplamente conhecido como método para evitar a infecção pelo HIV, como um recurso de emergência (saiba mais aqui).

    Evidências científicas apontam a eficácia e segurança da DoxiPEP para afastar encrencas como clamídia e sífilis, e em alguns casos, gonorreia.

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    O que é DoxiPEP

    A DoxiPEP é uma uma estratégia de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) bacterianas, como clamídia, sífilis e gonorreia. A terapia consiste na utilização do antibiótico doxiciclina, em 2 comprimidos de 100 mg, tomados juntos, em até 72 horas após a exposição sexual desprotegida.

    Os estudos científicos sobre a DoxiPEP ganharam fôlego a partir de 2018 em diversos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma pesquisa apontou reduções de incidência de sífilis (até 87%), clamídia (até 88%) e gonorreia (até 57%). A França relatou quedas semelhantes.

    O desenvolvimento da abordagem e posterior evolução para a prática clínica partiu dos achados de eficácia entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens, além de mulheres transgênero, que foram os públicos avaliados.

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    Por isso, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, recomendam o recurso especificamente para essa população, considerando ainda como requisito ao menos um diagnóstico confirmado de IST bacteriana nos últimos 12 meses.

    No Brasil, ainda não há uma recomendação oficial sobre a medida no contexto da saúde pública. Consultado, o Ministério da Saúde afirmou que está em processo de revisão de dados e evidências sobre a eficácia.

    “Caso a tecnologia seja incorporada ao SUS, o processo seguirá os trâmites oficiais estabelecidos pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec)”, afirmou a pasta, em nota.

    Na rede privada, a prescrição já é uma realidade. Em geral, médicos infectologistas receitam o remédio aos pacientes que fazem acompanhamento de rotina.

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    O médico infectologista Rico Vasconcelos, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e do Núcleo de Medicina Afetiva (NuMA), afirma que a construção do conhecimento técnico e científico sobre a metodologia está em aprimoramento.

    “Estamos desenvolvendo estudos de implementação no país, planejando incluir os mesmos grupos já avaliados com o acréscimo de mulheres cisgênero. Queremos avaliar se, com boa adesão, a ferramenta também pode ser útil para essa população”, detalha Vasconcelos.

    Além da possibilidade de eficácia em outros grupos populacionais, permanecem lacunas no conhecimento científico acerca do potencial desenvolvimento a longo prazo da resistência antimicrobiana e de impactos ao microbioma devido à DoxiPEP.

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    Não é mais fácil usar camisinha?

    De tempos em tempos, as diversas possibilidades de prevenção de ISTs são alvo de discussão, principalmente no contexto das redes sociais. Uma das perguntas comumente feitas é essa: não é mais fácil usar camisinha?

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    A resposta é: depende. O preservativo é uma ferramenta extremamente eficaz para manter distantes as ISTs e o HIV, desde que seja utilizado regularmente. Nesse sentido, a melhor medida é aquela que o indivíduo consegue aderir de maneira correta.

    No mundo ideal, toda relação em que as pessoas desconhecem o status de saúde sexual da sua parceria deveria envolver a camisinha. Mas, na prática, não é assim que acontece.

    Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 que merece uma atualização mostram que cerca de 60% dos entrevistados não colocaram o preservativo em relações nos 12 meses anteriores ao inquérito. Enquanto apenas 17% adotaram o item em algumas ocasiões.

    As razões são diversas, incluindo o desejo individual, o esquecimento, falta de hábito e a ideia equivocada de que nada de ruim pode acontecer. Pensando nisso, o mote da prevenção combinada busca fornecer às pessoas opções de cuidados de acordo com o perfil de atividade sexual de cada um (saiba mais aqui).

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    “É importante lembrar de que o uso de PEP, seja no combate à sífilis ou ao HIV, não incentiva o sexo desprotegido. O ideal para evitar ISTs é a estratégia de prevenção combinada, ou seja, o indivíduo utilizar mais de um método para se proteger. Por isso, o acesso a consultas, medicação e informação de qualidade é essencial para prevenir o adoecimento da população”, afirma a infectologista Andrea Almeida, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), de São Paulo.

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