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Respirar É Preciso

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Do nariz aos pulmões, dos pulmões ao nariz... Percorrendo o sistema respiratório, o pneumologista Elie Fiss, professor titular da Faculdade de Medicina do ABC, desmistifica tudo que pode tirar nosso fôlego.
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Poluição e infecção: uma combinação explosiva para os pulmões

Novo estudo revela que a poluição atmosférica está diretamente ligada ao maior risco de pneumonia. Nosso colunista explica o tamanho do problema

Por Elie Fiss
9 ago 2023, 17h00
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  • Nesta temporada de inverno, estamos presenciando (e sentindo literalmente) grandes variações de temperatura, com dias frios seguidos de dias secos e quentes. E, quando a umidade relativa do ar está muito baixa, sem chuvas no horizonte, um problema aparece com mais força, a poluição atmosférica.

    Há tempos sabemos que os níveis de poluição elevados são prejudiciais aos pulmões, mas também ao coração e até ao sistema nervoso. Na verdade, sobra para todo o organismo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estimam-se mais de 4 milhões de óbitos anuais pelo mundo decorrentes dos poluentes.

    Ainda na década de 1990 já verificávamos que, entre 24 e 48 horas após picos de poluição, ocorria um aumento de cerca de 20% na procura de pronto-atendimento por problemas respiratórios na região metropolitana do ABC paulista.

    Mas, não bastasse a poluição, o inverno traz consigo a ameaça das infecções respiratórias. Temos visto na rotina muitos casos de gripe, vírus sincicial respiratório (VSR) e outros agentes por trás de resfriados.

    Não só: nesse período aumentam significativamente os casos de pneumonia bacteriana, sobretudo por cepas de Pneumococus.

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    E, agora, uma nova pesquisa, recém-publicada em revista científica, comprova que a poluição atmosférica está intimamente ligada ao maior risco de pneumonias. Sim, os patógenos e os poluentes formam uma combinação explosiva.

    + LEIA TAMBÉM: O que é e o que causa a doença pneumocócica?

    Já sabíamos que a poluição elevava diretamente os casos de crises de asma, bronquite, DPOC, AVC e arritmia cardíaca. Pois as infecções respiratórias passam a integrar esse grupo.

    E há um fator agravante nessa história: ser fumante. Quem fuma e está exposto a poluição atmosférica tem um risco ainda maior de adquirir pneumonia. Portanto, a combinação se torna ainda mais explosiva quando se tem essa fórmula: inverno + poluição + tabagismo + infecção.

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    Não temos como evitar mudanças bruscas de temperatura (no máximo, é botar ou tirar o agasalho), e mesmo a secura e a poluição são questões que não dependem só de nós, mas das cidades onde estamos inseridos.

    O tabagismo, pelo menos, pode ser evitado ou tratado. E, importantíssimo, também podemos reduzir expressivamente o risco de infecções respiratórias (por gripe, Covid-19, bactérias pneumocócicas…) por meio de vacinas.

    Então busque prevenir sempre que possível! Enquanto cobramos as autoridades por mais medidas contra a poluição do ar, faça sua parte… Pois respirar é preciso!

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