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Calor bate recordes consecutivos; mundo está aquecido como nunca na era moderna

Marcas históricas atestam que o aquecimento global já chegou a um ponto irreversível e tendência é piorar. Saída é desacelerar o processo

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 25 set 2024, 09h17 - Publicado em 25 set 2024, 09h14
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  • Julho de 2023 foi o mês mais quente já registrado na Terra desde que as temperaturas passaram a ser medidas, em 1850. E, pasme, todos os meses desde então quebraram seus respectivos recordes, até termos o junho mais acalorado da história, agora em 2024.

    Julho deste ano só não bateu a temperatura de seu par em 2023, mas as notícias não são boas. No fim do mês, ultrapassamos outra fronteira: o dia mais quente desde 1940. Nesta data, a temperatura média global atingiu 20,7°C.

    “Estamos observando muitas ondas de calor, com enorme impacto na saúde das pessoas e na frequência de eventos climáticos extremos, como as enchentes”, aponta o físico Paulo Artaxo, professor da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC).

    O especialista é categórico: a situação está longe do ideal e a tendência é piorar nas próximas décadas. A temperatura do planeta está 1,64°C acima do período pré-industrial — o aquecimento acima de 1,5°C já é prejudicial, mas manejável.

    Não dá para resfriar a terra, mas dá para conter a subida desenfreada do termômetro. “Só há uma maneira de fazer isso: reduzindo a emissão de gases de efeito estufa, principalmente com o fim da exploração de petróleo e do desmatamento de florestas tropicais”, aponta Artaxo. Tarefa difícil, mas não impossível.

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    +Leia também: Entrevista: “Destruição na Amazônia ameaça a saúde de todos”

    Estragos por toda parte

    aquecimento-global-2024
    Clique na imagem para ampliar (Quadros: Editoria de arte/Veja Saúde/Veja Saúde)

    Variações de temperatura no mês de julho

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    Problema de saúde pública

    O calor em excesso já ameaça a saúde de boa parte da população. Idosos, gestantes, crianças e portadores de doenças crônicas são os mais suscetíveis às suas consequências negativas.

    A desidratação é a principal preocupação. Ela pode levar a queda de pressão, baixa oxigenação de tecidos, desequilíbrios nos eletrólitos  (sódio e potássio) e consequente aumento do risco de infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

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