Cocô de rato: veja 3 doenças transmitidas pelos roedores
Para os ratos causarem problemas de saúde, você nem precisa vê-los. Saiba como se prevenir

Os ratos são animais conhecidos pela sua capacidade de transmitirem diferentes doenças aos seres humanos.
Muitas vezes, nem é preciso ver o rato para ter a saúde afetada: isso porque o cocô de rato, assim como a sua urina, pode ser suficiente para contaminar água, alimentos ou superfícies, a ponto de infectar uma pessoa que tenha contato com esses itens em um momento posterior.
Conheça algumas das zoonoses associadas às fezes (ou xixi) de rato:
1. Hantavirose
O hantavírus é um dos principais riscos à saúde ocasionados pelo contato indireto com os roedores. Diferentemente da leptospirose (veja abaixo), que costuma ocorrer de forma mais frequente pelo contato de mucosas ou feridas abertas com a água contaminada, a hantavirose pode ocorrer pela simples inalação de partículas de fezes ou urina que contenham o vírus.
Essa doença pode provocar uma febre hemorrágica e também problemas renais.
A versão mais grave é a chamada síndrome pulmonar por hantavírus (por vezes conhecida pela sigla em inglês HPS), uma situação rara, mas com alta letalidade, que costuma levar a óbito em até 40% dos casos diagnosticados.
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Alguns medicamentos antivirais podem ajudar, mas não há um tratamento específico para uma infecção por hantavírus. A abordagem busca combater os sintomas mais graves enquanto o corpo lida com o vírus, o que envolve reposição de fluídos e oxigenação de suporte, entre outras técnicas, conforme avaliação médica.
2. Leptospirose
A leptospirose é uma preocupação que surge sobretudo em contextos de enchentes, quando a rede de esgoto contaminada pelas secreções dos ratos pode extravasar pelas ruas.
O principal modo de contágio é através do próprio contato com a água suja, em geral por mucosas ou feridas abertas – mas a infecção pode ocorrer também pela exposição prolongada, mesmo com a pele íntegra.
Causada por uma bactéria, a leptospirose costuma causar sintomas como febre e diarreia, e pode ser tratada com antibióticos, conforme orientação médica. É fundamental garantir a reposição de líquidos durante a infecção.
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3. Febre da mordida do rato
Como o nome indica, a forma mais comum de transmissão dessa doença é através da mordida do animal, mas também é possível contraí-la pelo contato com secreções, cocô e xixi do rato, geralmente através de alimentos contaminados por eles.
Ela é ocasionada por diferentes bactérias que estão naturalmente presentes nos roedores.
Essa doença é mais comum fora do Brasil. Em geral, os primeiros sintomas lembram uma gripe, mas casos graves podem levar a manifestações sistêmicas potencialmente fatais. O tratamento envolve o uso de antibióticos para eliminar as bactérias.
Outras doenças relacionadas aos ratos
Além dos problemas de saúde transmitidos diretamente pelos roedores, as pulgas que vivem nesses animais também podem transmitir doenças.
A mais famosa delas é a peste bubônica (ou peste negra), hoje uma doença rara em países ocidentais, mas responsável por milhões de mortes na Europa durante a Idade Média. Ela é provocada por uma bactéria existente em pulgas de rato. Em locais infestados por eles, as pulgas podem acabar mordendo outros seres vivos, inclusive humanos.
Outra doença relacionada às pulgas dos ratos é o tifo murino (não confundir com a febre tifoide), também causado por uma bactéria que pode ser transmitida pelos insetos que utilizam os roedores como hospedeiros.
Como evitar infestações de ratos
Ratos são atraídos para ambientes pouco higiênicos em que encontram espaços para se proteger e têm alimentos à disposição.
Como eles costumam ser encontrados nas redes de esgotos, ambientes domésticos que têm mais conexão com essa infraestrutura, como banheiros ou áreas externas com ralos, costumam ser uma das principais “portas de entrada” em uma casa.
Mas também é preciso atenção aos telhados, que costumam ser negligenciados e servem como um “plano B” quando há dificuldade de acesso por outras vias.
Manter a casa limpa e descartar corretamente o lixo, evitando deixar restos de alimentos acessíveis (feche bem as sacolas e mantenha as lixeiras tampadas), ajudam a não atrair os roedores para a sua casa.
Em casos de infestações já identificadas, é preciso investir em uma desratização, com o uso de produtos específicos que combatem esses animais. Nesse caso, é indicado contar com orientação profissional, para não correr o risco de utilizar venenos que podem ameaçar a saúde de outros animais domésticos e até crianças.