Tal qual uma floresta em que se misturam e se confundem as raízes, os galhos e as folhas das árvores, a escrita do colombiano Efrén Giraldo combinou o diário, as memórias, a crônica e o ensaio para ajudar o autor a sobreviver aos meses mais duros da crise da Covid-19 e (re)aprender o valor do verde que oxigena a vida no mundo.
Em Sumário de Plantas Oficiosas (Fósforo), o professor universitário e jardineiro amador, descendente de camponeses, nos leva, com seu texto híbrido, a um passeio por espécies com que convivemos na rotina (e às quais nem sempre prestamos atenção), herbários de escritores, coleções históricas da flora latino-americana e o papel, raras vezes protagonista, do meio vegetal na literatura.
Um canteiro de ideias, referências e observações que nos fazem devotar ainda mais respeito e afeto à vida vegetal — dentro e fora dos livros que um dia também foram árvores.
Sumário de plantas oficiosas
Presentes verdes
As plantas oferecem a nós, humanos, boa parte do que precisamos para sobreviver
Alimento: sem vegetal, não há comida nem nutrientes — inclusive para dar aos animais criados para fins alimentícios.
Remédio: um rol de medicamentos atuais foi criado com base em princípios ativos extraídos da flora.
Companhia: quem cultiva uma horta ou jardim sabe desse efeito terapêutico das plantas. A gente cuida delas; elas cuidam da gente.
Abrigo: só há vida na Terra graças ao reino vegetal. Fora o oxigênio, ele fornece equilíbrio ao ecossistema, refresco do calor e proteção.
Fantasia: folhas, flores e frutos inspiram autores e livros. Giraldo evoca os poetas Emily Dickinson e William Blake.