Há uma transformação em curso nas ruas e no mercado automotivo — dentro e fora do país. É o crescimento na frota de veículos híbridos e elétricos.
Trata-se de um movimento irreversível na indústria, porque visa atender a uma demanda urgente de contenção das mudanças climáticas e da poluição atmosférica. Para tanto, as montadoras estão apostando cada vez mais nesses novos modelos movidos a outras fontes de energia, em detrimento dos automóveis, ônibus e caminhões dependentes de combustíveis fósseis, que respondem, em boa medida, pelos desafios ambientais.
A transição é um processo lento, gradual e que não deve desacelerar. O número de veículos híbridos e elétricos avança ano a ano no Brasil, muito embora os modelos a gasolina, etanol e diesel ainda imperem por aí.
Calcula-se que 10% dos carros vendidos no mundo hoje sejam elétricos. Noruega, Islândia e Suécia lideram a transição no percentual de modelos comercializados.
Algumas barreiras também precisarão ser vencidas nesse itinerário por aqui, caso do preço dos modelos mais limpos, a falta de locais de recarga em algumas praças e vias, bem como a discussão sobre a durabilidade das baterias que alimentam os motores.
No fundo, o assunto diz respeito a uma mudança profunda em termos de infraestrutura, transporte e sustentabilidade. “Precisamos de uma política nacional de eletromobilidade”, defende Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford, uma das montadoras que vêm investindo nessa metamorfose da indústria automotiva.
Os modelos elétricos mais baratos…
Depois do anúncio da chegada do chinês BYD Dolphin Mini, cotado para ser o modelo 100% elétrico mais em conta no mercado brasileiro — ele custa cerca de 115 mil reais —, a Renault anunciou que a versão elétrica do seu compacto Kwid sairá por pouco menos de 100 mil. Ou seja, já se vislumbra um barateamento na categoria, ainda que por ora restrita a modelos menores. “São carros econômicos que funcionam bem nas cidades, mas pequenos para fazer grandes compras e viagens longas”, diz André Sollitto, jornalista do blog Pé na Estrada, do site de VEJA.
… e o mais potente
Mustang sempre foi sinônimo de ronco de motor. Mas sua nova encarnação, o totalmente elétrico Mach-E, não precisa fazer barulho para acelerar por aí. Mais sustentável, o SUV esportivo de 486 mil reais ostenta um motor duplo movido a eletricidade que proporciona 487 cavalos de potência — vai de 0 a 100 km/h em menos de quatro segundos. Não bastassem o arranque, o conforto e a tecnologia a bordo — com direito a tela touch de 15,5 polegadas e câmera com visão 360º do veículo —, a máquina da Ford é uma aliada contra outro tipo de poluição, a sonora.