Não bastasse ter de enfrentar um racismo estrutural e institucional de origem histórica, os negros encaram uma série de desafios e limitações sociais para um envelhecimento saudável.
É o que se tira de conclusão de uma pesquisa publicada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em parceria com a associação Itaú Viver Mais.
Os estudiosos entrevistaram 1 462 pessoas de 50 anos ou mais de São Paulo, Salvador e Porto Alegre e, em cima dos dados colhidos, avaliaram 11 indicadores de bem-estar.
Em pelo menos cinco deles, a desigualdade racial se fez notar: inclusão produtiva, segurança financeira, exposição à violência, acesso à saúde e inclusão digital.
Ainda foram observadas discrepâncias de gênero e local. Os resultados sublinham a necessidade de contemplar essas questões nas políticas públicas nacionais.
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O que precisa mudar?
Pontos que prejudicam o bem-estar dos negros, que somam 56% da população brasileira, de acordo com o estudo do Cebrap
Inclusão produtiva: o quesito leva em conta as fontes de renda e subsistência da população — piores para os negros.
Segurança financeira: o conceito abrange a capacidade de pagar as contas do mês e adquirir itens básicos para a família.
Acesso à saúde: diz respeito à viabilidade de ser atendido em postos de saúde e passar por consultas.
Exposição à violência: abarca os perigos a que os cidadãos estão expostos nas ruas e dentro de suas comunidades.
Inclusão digital: é o letramento e o acesso a tecnologias cada vez mais necessárias para o dia a dia.