“O pensamento de que as mulheres grávidas não devem se exercitar porque podem prejudicar o filho ainda é comum. Mas nós mostramos que a movimentação reduz o ganho de peso, o risco de diabetes e a probabilidade de cesárea”, disse, em comunicado, a pesquisadora Shakila Thangaratinam, da Universidade Queen Mary de Londres, na Inglaterra. A especialista é umas das autoras do maior levantamento feito até agora sobre estilo de vida durante o período gestacional.
Para sermos mais exatos, o consumo adequado de nutrientes em combinação com a ginástica foi responsável por uma diminuição de 10% na necessidade de um parto cirúrgico. Já o perigo de desenvolver diabetes, que normalmente afeta uma em cada dez grávidas, despencou 24%.
Tais resultados, obtidos a partir da análise de mais de 12 500 mulheres de 16 países, foram tão significativos que serviram de base para novas recomendações do Departamento de Saúde do Reino Unido (órgão similar ao Ministério da Saúde do Brasil). As diretrizes sugerem 150 minutos de treino moderado por semana – mas, obviamente, particularidades de cada fase da gestação precisam ser respeitadas.
“A atividade física deve ser parte da orientação de rotina dada por médicos e parteiras a quem espera uma criança”, apontou Shakila. “Agora que nós revelamos quão benéfico são os exercícios para as grávidas, esperamos que elas estejam mais dispostas a adotar essas mudanças”, completou. Vale ressaltar que é imprescindível consultar um médico antes do início da malhação, já que algumas condições, como a pré-eclâmpsia e o deslocamento de placenta, demandam repouso.
Quanto aos bebês, não foram encontradas evidências de que os treinos causem problemas a eles. Na verdade, os pequenos só tendem a tirar vantagens quando a rotina da mãe é mais ativa e saudável.