Você já reparou no jeito que seu filho inspira o ar? A pergunta parece curiosa, mas tem tudo a ver com uma chateação que incomoda bastante os jovens, a halitose. Em um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o cirurgião-dentista Giancarlo Zanoli Trentim avaliou 55 garotos e garotas entre 3 e 14 anos. Eles foram divididos de acordo com o jeito de respirar – pelo nariz ou pela boca.
Descobriu-se, então, que 63% do grupo com respiração eminentemente bucal tinha halitose (número maior do que o encontrado na outra turma). E a explicação é simples: todo mundo carrega bactérias por trás do mau hálito. Só que, ao puxar o oxigênio por entre os lábios, a saliva resseca e isso abre espaço para micro-organismos se proliferarem e causarem o fedor. E olha que esse quadro não é incomum na infância. Isso porque, na fase da troca dos dentes, os permanentes podem deixar a boca um pouco aberta por serem grandes, em especial durante o sono da criança. “Vale procurar um dentista para verificar se o crescimento facial e a posição dos dentes estão de acordo com a faixa etária”, orienta Trentim. “Se estiver tudo bem e a halitose persistir, a recomendação é caprichar na escovação, sobretudo antes de dormir”, arremata.
Saburra na língua
Respiração bucal
Diabete
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Narinas bem abertas
Quando inspiramos, o nariz filtra e aquece o ar antes de entrar nos pulmões, o que não ocorre quando a respiração é feita pela boca. Além disso, esse processo controla a entrada de bactérias no organismo. Dito de outra maneira, puxar oxigênio pela cavidade bucal aumenta o risco de infecções. Só tenha em mente que, se o hábito não vai embora, pode sinalizar desvio de septo ou outros problemas.