Menor perda sanguínea, menos dor e desconforto no pós-operatório, diminuição do risco de complicações, cicatrizes mínimas, redução do tempo de hospitalização e recuperação mais tranquila. Esses seriam alguns dos benefícios das cirurgias com o auxílio de robôs, quando bem aplicadas.
Isso em razão dos movimentos minuciosos proporcionados pelos braços articulados do robô, a câmera e as pinças que passam por pequenos orifícios na região do corpo operada. Posicionado em frente a um console com imagens 3D e manipulando uma espécie de joystick, o cirurgião consegue enxergar com clareza e amplitude o local da cirurgia e alcançar áreas mais desafiadoras para membros humanos.
No Brasil, já são mais de 100 plataformas de cirurgia robótica instaladas em hospitais.
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Tendência em diferentes especialidades
Esse tipo de procedimento tem se tornado mais comum como alternativa para o tratamento de hérnias abdominais, retirada de vesícula e cirurgias bariátricas. Em oncologia, as pinças entram em ação para remoções mais precisas de tumores urológicos, ginecológicos, de pulmão e do trato digestivo, entre outros.
Os anos 2000 marcaram o início do uso da cirurgia robótica pela medicina cardiovascular. Os primeiros casos foram de angioplastia – um cateter para desobstrução de artérias.
Nos Estados Unidos, o sistema Corindus Vascular Robotics (CorPath) foi aprovado como opção terapêutica em 2016 – com vantagens como medir com exatidão o tamanho da lesão, contribuindo assim para a escolha e o correto posicionamento de stents, as redinhas metálicas colocadas no interior dos vasos para restabelecer o fluxo sanguíneo.
Tecnologia de ponta exige capacitação
A perspectiva de crescimento da cirurgia robótica nos próximos anos impõe também a necessidade de investir em capacitação e treinamento de equipes para atuar com essas modernas plataformas.
Em 2022, o Conselho Federal de Medicina publicou uma resolução para regulamentar esse tipo de intervenção. Ela estabelece que “os hospitais, ao implantarem Serviço Especializado de Cirurgia Robótica, devem estar estruturados e equipados para realizar procedimentos de alta complexidade”.
O documento reforça ainda que os profissionais devem participar de um número mínimo de cirurgias e passar por avaliação de um cirurgião instrutor, que atestará sua competência na modalidade.
Avanços tecnológicos no horizonte, a exemplo de braços flexíveis e uso de inteligência artificial para automatizar algumas etapas das intervenções, apontam para um futuro cada vez mais favorável aos equipamentos robóticos.
A disseminação da rede de internet 5G, por seu lado, abre a possibilidade da realização de procedimentos com o cirurgião instalado a quilômetros de distância do paciente – o que pode viabilizar o acesso em áreas remotas que não contam com profissionais especializados.
Iniciativas nesse sentido podem estar entre os destaques das próximas edições do Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica, cujos vencedores de 2023 serão anunciados em cerimônia na semana que vem, em São Paulo. Saiba mais sobre a premiação e acompanhe as novidades no site da premiação.