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Água, sal e saúde: para que serve o exame de sódio?

Teste de sangue ou de urina ajuda a identificar quadros de desequilíbrio eletrolítico no organismo

Por Clarice Sena
13 jun 2024, 11h51
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O sódio é famoso por seus impactos na alimentação, mas o exame que mede as concentrações desse nutriente está mais relacionado à hidratação (ou falta dela) (cookie_studio/Freepik)
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O consumo excessivo de sódio está relacionado a um maior risco de várias doenças evitáveis e potencialmente fatais no longo prazo, incluindo problemas renais e cardiovasculares.

Por isso, pode ser contraintuitivo falar em exame de sódio. A dosagem desse nutriente no sangue ou na urina analisa problemas de outra ordem, mais imediatos, relacionados à hidratação e ao desequilíbrio eletrolítico.

Isso porque o sal é um dos minerais responsáveis pelo balanço entre a quantidade de água ingerida e perdida (equilíbrio hídrico), a transmissão entre os impulsos nervosos e a contração muscular. O desequilíbrio eletrolítico influencia nesses e em vários outros processos do organismo, e é marcado pela ausência ou excesso de sódio, cloro ou potássio.

No caso do sódio, ocorrem as condições chamadas de hiponatremia (baixo sódio) e hipernatremia (sódio elevado).

Quando há hiponatremia, a pessoa pode apresentar fraqueza e letargia. Já a hipernatremia leva a espasmos musculares e uma sede excessiva, entre outros problemas.

Entenda o seu exame de sódio

Em geral, o exame de sódio é feito preferencialmente com uma amostra de sangue. O exame de urina também é possível, mas normalmente só é solicitado quando o sangue já apresentou alterações — ele acaba sendo um elemento a mais para ajudar a determinar a causa do desequilíbrio, ou monitorar um tratamento já iniciado.

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Os valores considerados normais podem variar ligeiramente dependendo do laboratório, mas costumam ficar entre 135 a 145 de unidade miliequivalente por litro de sangue (mEq/l).

Baixas concentrações do mineral estão ligadas ao excesso de água, diarreia e doenças renais, enquanto altas concentrações indicam um déficit na hidratação do paciente, em que a perda de água pelo corpo é maior do que a ingestão.

+Leia também: A ciência da hidratação

Como funciona o exame?

A avaliação é feita com a coleta do sangue em um laboratório ou ambiente hospitalar. Depois, a análise laboratorial da amostra mede a concentração dos íons de sódio por litro de sangue.

O preparo específico pode mudar conforme orientação médica ou do laboratório, mas normalmente se recomenda jejum de 4 horas, evitar exercícios físicos e hidratação exagerada previamente à coleta.

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Para realizar o exame de urina, o paciente deve utilizar um frasco fornecido pelo laboratório que fará a análise e a própria pessoa deve realizar a coleta – preferencialmente, da primeira urina da manhã. O material precisa ser entregue até 24 horas depois disso.

E os problemas de longo prazo causados pelo sódio, como monitorar?

Se a sua ideia é monitorar os impactos de uma dieta rica em sódio na saúde cardiovascular, outros exames são mais indicados para isso. Um dos testes básicos é a avaliação da existência de hipertensão, com a pressão podendo ser auferida consultas médicas e com o uso de um monitoramento contínuo por mais tempo, conforme o caso.

Outros exames de sangue também trazem indicadores da propensão a desenvolver problemas cardiovasculares. Nesse caso, o médico pode incluir testes como um lipidograma completo (que mede colesterol e triglicerídeos) e uma avaliação da proteína C reativa (PCR), entre outros associados.

Devido aos riscos à saúde pública, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs a meta de reduzir em 30% a ingestão média de sódio, o que poderia salvar cerca de 7 milhões de vidas em todo o mundo até 2030. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, ingerimos uma média de 12 gramas de sal todos os dias, quando o recomendado é não ultrapassar 5 gramas.

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