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Astronautas presos no espaço: o que acontece com o corpo após 9 meses?

Astronautas voltam à Terra após missão que se estendeu além do planejado. NASA tem protocolos para minimizar os impactos no organismo

Por Maurício Brum Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
18 mar 2025, 15h00
ISS-NASA
Astronautas voltam em cápsula da SpaceX. Butch Wilmore e Sunita Williams (de azul), voltarão ao lado de Nick Hague (topo) e do cosmonauta russo Aleksandr Gorbunov (embaixo) (NASA/Reprodução)
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Barry “Butch” Wilmore e Sunita Williams, os dois astronautas norte-americanos que estavam “presos no espaço” desde junho do ano passado, estão voltando para a Terra nesta terça-feira (18), após vários adiamentos causados por problemas técnicos.

A missão, originalmente prevista para durar cerca de uma semana, acabou se estendendo por 286 dias, mais de nove meses.

Embora tenha passado longe do recorde de permanência no espaço, a odisseia de Wilmore e Williams na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) causou alterações visíveis nos corpos dos dois, gerando questões sobre o estado de saúde de ambos.

Afinal, o que acontece com o corpo humano quando ficamos por longos períodos no espaço?

O que acontece no corpo?

Os impactos mais bem documentados envolvem a perda de massa muscular e óssea. Em função da baixa gravidade, o corpo sente menos necessidade dessas reservas. Estima-se que haja uma perda de até 1,5% de massa óssea a cada mês no espaço.

Além de aumentar o risco de fraturas, isso poderia ser um fator de risco para a osteoporose, embora ainda não haja evidências suficientes para determinar se o perigo aumenta de forma significativa após a reabilitação no regresso à Terra.

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O protocolo da NASA orienta que os astronautas realizem ao menos duas horas e meia de exercícios diariamente para minimizar essas perdas, e a ISS conta com equipamentos como uma esteira, uma bicicleta ergométrica e um aparelho que busca simular o levantamento de peso, só que em gravidade zero.

Confira no vídeo abaixo, da Agência Espacial Europeia, como essa tecnologia inusitada funciona:

@europeanspaceagency

How much do you lift? 🏋️ #Space #Astronaut #ISS #Space #weightlifting

♬ Aesthetic – Tollan Kim

Outra alteração, esta perceptível em curto prazo quando se deixa o ambiente terrestre, é a chamada “moon face”: a subida de fluídos corporais para a região da cabeça, produzindo uma sensação de rosto inchado.

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Essa mudança não é só estética, e pode também provocar problemas devido a uma maior pressão intracraniana, como redução na capacidade de visão. A duração desses impactos varia de pessoa para pessoa, podendo ser revertida pouco tempo após o retorno ou persistir de maneira indefinida.

A longo prazo, uma preocupação significativa diz respeito à maior exposição à radiação que ocorre no ambiente espacial, algo que pode aumentar o risco de desenvolver câncer no futuro.

Somado ao estresse da experiência, o impacto no corpo também pode provocar uma queda da imunidade que pode gerar problemas já na ISS (mesmo com esforços para manter o ambiente estéril, é possível reativar um vírus já latente no organismo, por exemplo) ou no período após voltar para casa.

Como é a readaptação à Terra?

Todos os astronautas passam por acompanhamento médico e psicológico ao retornar.

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A reabilitação física é uma prioridade: por um lado, é preciso recuperar a massa muscular e óssea perdidas durante o período no espaço; por outro, é necessário “reaprender” a caminhar em um ambiente com gravidade.

Enfraquecidos e desacostumados, nove em cada dez astronautas sofrem algum tipo de lesão no primeiro ano de volta para casa, por falta de condicionamento ou equilíbrio.

As alterações oculares também costumam gerar problemas de visão duradouros, levando à necessidade de óculos e lentes especiais em muitos casos.

Já houve estadias mais longas no espaço

Apesar da permanência acima do esperado para a missão que se encerra agora, os dois astronautas norte-americanos passaram longe do recorde de permanência no espaço.

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Seja em missões planejadas ou por imprevistos, muitos cosmonautas soviéticos e russos acabaram ficando mais tempo. O recorde em uma única missão é de Valeri Polyakov, que passou 437 dias consecutivos no espaço em uma missão entre 1994 e 1995, na antiga estação espacial Mir.

Falecido em 2022 aos 80 anos, Polyakov acumulou 678 dias fora do planeta ao longo da carreira.

Já o recorde absoluto somando várias missões espaciais é do também russo Oleg Kononenko. Hoje com 60 anos e ainda na ativa, ele já ficou 1.111 dias no espaço (tempo equivalente a 3 anos e 16 dias) ao longo de cinco missões.

Sua última expedição, até aqui, encerrou-se em 26 de setembro de 2024, após 374 dias consecutivos.

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