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Casos de dengue crescem 184,6% em 2022, aponta Ministério da Saúde

Registros de chikungunya e de zika também aumentaram nos primeiros dez meses do ano; com período chuvoso, medidas de prevenção devem ser reforçadas

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein*
Atualizado em 1 nov 2022, 15h42 - Publicado em 1 nov 2022, 15h41
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  • O número de casos de dengue aumentou 184,6% no Brasil entre janeiro e o início do mês de outubro em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo os dados mais recentes do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.

    Foram registrados mais de 1,3 milhão de casos prováveis da doença até o dia 8 de outubro, o que significa uma incidência de 638,5 casos por 100 mil habitantes. No ano passado foram 478,5 mil casos. Até agora foram registradas 909 mortes pela doença.

    O boletim também relata aumento nos casos de chikungunya (86,9%) e de zika (92,6%) no período analisado. No caso da chikungunya, são 168.908 casos prováveis (incidência de 79,2 por 100 mil habitantes), com 76 mortes, e de zika são 10.501 casos prováveis (sendo 143 deles confirmados em gestantes), sem nenhuma morte.

    + Leia também: Casos de dengue sobem em todo o país: quais são os sintomas e o que fazer?

    Com a chegada da primavera e do período chuvoso, é preciso reforçar as medidas de prevenção conter o avanço das doenças. As três têm o mesmo agente transmissor, que é o mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus.

    O acúmulo de água parada favorece a reprodução e contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, para a maior disseminação.

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    As três doenças apresentam sintomas similares, como febre alta, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo.

    Algumas pessoas podem ficar assintomáticas e outras apresentarem sintomas mais graves, como hemorragia. Por isso é importante consultar um médico em caso de sinais das doenças.

    Impacto da pandemia

    Segundo o médico infectologista Fernando Gatti de Menezes, coordenador de práticas médicas do Hospital Israelita Albert Einstein, o comportamento das arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por mosquitos) no Brasil ao longo dos anos é compatível com surtos nos períodos de maior densidade pluviométrica.

    O período de chuvas está relacionado com o aumento dos criadouros dos mosquitos (que são os vetores das arboviroses).

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    De acordo com Menezes, a curva de incidência de casos registrados em 2022 está semelhante com a curva de 2019, e o aumento de registros em comparação com o ano de 2021 poderia em parte ser explicado pelos impactos da pandemia de Covid-19.

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    “Podemos elencar algumas hipóteses, entre elas a subnotificação de casos nos anos de 2020 e 2021 por causa da emergência de saúde pública causada pela Covid-19; uma mudança de comportamento com a menor circulação de pessoas nesse período e o aumento de atividades home office, com maior conscientização das medidas de prevenção no domicílio que podem ter influenciado menor incidência de criadouros de mosquitos”, avalia o infectologista.

    Diante do cenário de aumento das arboviroses, o Ministério da Saúde lançou no último dia 20 a campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti. Com o tema “Todo dia é dia de combater o mosquito”, a mobilização tem o objetivo de conscientizar a população sobre os perigos do inseto e a importância de combate aos criadouros.

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    + Leia também: Aquecimento global aumenta a transmissão de vírus entre diferentes animais

    No lançamento da campanha, o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, reforçou que o problema existe há mais de 30 anos e como não ainda há vacinas nem tratamentos específicos, a principal medida é combater a proliferação do mosquito.

    Menezes ressalta que os números servem de alerta para reforçarmos as medidas de prevenção individuais, especialmente dentro de casa, já que a transmissão das três doenças ocorre pela presença do mosquito que pode ser combatida com medidas simples.

    “Devemos sempre combater os criadouros de mosquitos em vasos de plantas, cobrir nossas caixas d’águas, usar inseticidas, repelentes para o corpo e evitar a exposição aos mosquitos”, destacou Menezes.

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    “Além disso, é muito importante permitir a visita de agentes de saúde nos domicílios durante campanhas de prevenção para nos ajudar neste combate, bem como colaborar com a vigilância sanitária local com informações sobre novos casos na sua região”, finalizou o médico.

    Esse texto foi publicado originalmente na Agência Einstein. 

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