O termo pilonidal tem origem no latim e vem da soma dos termos pilo (pelos) e nidus (ninho). Um cisto pilonidal, levando ao pé da letra, significa algo como um cisto com um “ninho de pelos”. E essa denominação faz justiça às características desse problema.
A lesão pode ser encontrada nas axilas, couro cabeludo e umbigo, mas na maior parte das vezes acaba ocorrendo na base da coluna vertebral, entre as nádegas e pouco acima do ânus. O cisto pilonidal é formado por um bolsão revestida por células epiteliais e costuma conter pelos, pele, glândulas sebáceas e sudoríparas.
Se não for tratado, o cisto pode inflamar e evoluir para um abscesso pilonidal.
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Quais são os sintomas do cisto pilonidal?
Os cistos sem quadro infeccioso costumam ser assintomáticos, mas podem apresentar um pequeno furo que expele um líquido com cheiro forte. Quando a lesão vira uma infecção, a lesão começa a causar dor, febre, pode aparecer um edema no orifício e ainda ocorrem náuseas.
O cisto pilonidal pode até gerar outros buracos que servem de drenagem para o pus da lesão. Em alguns casos, o tamanho do furo possibilita a visualização dos pelos dentro do cisto.
Para confirmar o diagnóstico, é necessário um exame clínico na região afetada e análise do histórico do paciente. Em geral, é solicitado também um exame de ultrassonografia para confirmação da condição.
O que causa o cisto pilonidal?
Não existe consenso sobre as causas do cisto pilonidal. Antigamente, acreditava-se que a lesão era causada pelas dobras dos tecidos embrionários que permaneciam alojados na região subcutânea, da mesma forma que ocorreu em outros tipos de cistos dermoides.
Existem teorias não excludentes sobre a origem da lesão. Elas incluem:
- Pelos encravados: os fios capilares se curvam e penetram na raiz do próprio folículo piloso e seguem crescendo e pressionando a região, já que não conseguem atravessar as camadas mais profundas da pele;
- Alterações hormonais ou glandulares: acompanhadas de determinadas condições adversas, favorecem a formação de foliculite (inflamação do folículo piloso). Caso a foliculite se rompa, pode formar um abscesso pilonidal. O Staphylococcus aureus é uma bactéria comum na nossa pele e grande responsável por infecções nesses casos;
- Microlesões repetitivas: a teoria mais aceita é que os pelos soltos e que passam por atrito, pressão e calor no contato com a pele podem atravessar as primeiras camadas de tecido e param na camada subcutânea. O corpo estranho acaba promovendo uma reação inflamatória e formando o cisto.
Pressão, excesso de pelos na região, falta de higiene e sedentarismo aumentam o risco da formação dos cistos, portanto é recomendado evitar essas situações.
Como é feito o tratamento para cisto pilonidal?
O tratamento varia conforme a evolução do quadro. Caso o cisto ainda esteja nas fases iniciais, é recomendado apenas a observação da lesão e como ela vai se comportar posteriormente.
Se houve a formação de um abscesso, é recomendada a intervenção cirúrgica, que ocorre com anestesia local e consiste na drenagem da lesão através de uma incisão pequena.
Caso a condição se torne recorrente, existe a técnica de ressecção em cunha de cisto e “cicatrização por segunda intenção”, que consiste na drenagem e na permanência da ferida aberta, induzindo a cicatrização da parte interna para externa.
Ainda que o período de recuperação seja maior e necessite da troca diária de curativos, essa técnica reduz drasticamente o risco de novos cistos pilonidais.